Cavalos beijam mulheres na planície envenenada,
sua saliva é feita de relâmpagos,
e o vento arranca das crinas
um lamento de vidro partido.
As estrelas choram,
suas lágrimas caem em rios de ferro,
e cada gota acende o rosto de uma criança morta
no espelho da noite.
Homens tristes choram mariposas,
as asas se abrem em seus olhos,
tremem como lanternas cansadas
até se desfazerem em pó azul
sobre as mãos do esquecimento.
E no meio da terra arruinada
a vida se curva como uma árvore negra,
carregada de frutos impossíveis,
sangrando luz,
sangrando silêncio,
sangrando o que já não tem nome.
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