para meu abuelo, com carinho!
Vi a Velha Irlanda em sonho desbotado,
seus campos cobertos de névoa e lembrança,
o salgueiro curvado no lago calado
e a alma dos bardos dançando na esperança.
Ali onde os cisnes eternos passavam
sob céus que não tocam os homens modernos,
ouvi as vozes que os séculos calavam
sussurrar entre pedras, como preces eternas.
Não era a Irlanda das urnas ou fuzis,
mas a da harpa pendendo no carvalho,
a dos túmulos fundos e dos olhos febris
que viam nos sonhos um arco de orvalho.
E chorei, não por dor, mas por beleza,
por saber que a rosa também morre à mesa.
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