Quando os salgueiros curvarem-se sem vento
e o corvo pairar sem bater as asas,
saberei que minha hora se aproxima
como uma nau negra em mar de prata rasa.
Não morrerei com febre ou ferro humano,
nem por doença de tempo ou de pecado,
mas porque os deuses, em seu sono arcano,
esqueceram meu nome num livro enterrado.
Minha alma, que outrora dançou em Delfos,
subirá pela espira do cisne antigo,
e na última luz dos olhos cansados
vereis um fogo que não vem comigo.
Pois este corpo é torre que desaba,
mas a canção — a canção será espada.
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