Observe comigo aquela ruína,
Entrevejo o Céu e a Terra, unida.
Vejo sonhos e símbolos
E não me arrependo: eis-me feito.
O pássaro que voa e volta a ser cinza;
Amanheceu gelada neve e nas tetas
De uma vaca
lambendo o bloco de sal,
Que gigante ousa ser tão imortal?
Olha comigo, é o
mesmo fim de antes.
Por que suspiram tantos os que
Não estão indo adiante?
Aquele sátiro sou eu,
vacilante?
Ornitólogo, olha comigo essa
ilustração:
É Odin, barbudo e com uma coroa
de prata,
Segurando uma lança na mão.
Que pássaros belos, de bicos
encurvados,
Acompanham a figura, no ombro
apoiados.
Mestre, não ardia o meu coração
de ferro
Quando me explicava tu as
Sagradas Escrituras?
A mim tudo virou mistério,
E mesmo que eu continue com esse
olhar sério,
Da ruína nasce um novo Templo.
Novamente, citando a Bíblia, o poeta descreve a cena dos Discípulos de Emaús (Livro
de São Lucas, 24-13).