segunda-feira, 8 de novembro de 2021

O sonho

 

Na vasta escuridão de murmurante sonhos

Vislumbro a figura solitária de um Rei.

Sua coroa é de ferro, e de ouro seu cetro.

Sua barba, outrora ruiva, branca reluzente,

Lembra as nuvens que brilham no céu.



O trono onde se assenta tem um símbolo:

Duas aves que se tocam ao contrário.

Meus olhos querem chorar ao vê-lo,

Pois sei que vou esquecê-lo quando acordar.



Será que no imenso constelar de planetas

Tal Rei enigmático também sonha comigo?

Assim como sonhou um poeta em ser

Uma borboleta?



E ao ver minha figura refletida no fogo

De seus sonhos de ferro e mandamentos,

Ao despertar tal Rei pergunta sincero:

Por que sonhei com tal mancebo?

 

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