Há na minha voz
Um outono cego.
Mamãe quero cantar
Que já estou morto desde manhã.
Uma figueira me diz
Que o vento está quente.
Mamãe me traz panos frios
Para me aquecer a alma de neve.
Mamãe quero cantar
Como o galo do avô.
Minha mamãe segura na mão
Uma moeda e um espelho.
Mamãe sou eu quem está
Morto dentro desse espelho?
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