Só posso ser uma coisa: escritor do amor, e nada mais. Que me perdoem os que querem que eu escreva coisas que não condizem com a minha alma. Não sei mais o que é escrever e descrever as ilusões poéticas. Não sou mais o bardo romântico. O amor se abriu para o meu coração como um cachorro vivo, latindo, enchendo a minha perna de urina amarela. Sei que isso pode parecer bizarro para as pessoas ditas sensíveis a alma poética, infelizmente ou felizmente, certamente ou incertamente, minha alma aportou nos mares da prosa, e agora meu dedos feitos de osso e carne só querem escrever histórias de amor.
Puff-puff, os que me criticam e os que me amam, os que me maldizem e os que me bendizem, o que me importa mais na vida é poder observar as pessoas e dar-lhe histórias. Contemplo aquele motorista do carro do lado esquerdo e imagino um grande homem capaz de parar o carro no meio da noite apenas para comprar cravos e rosas para a sua esposa enferma na cama. A menina que dorme na janela do ônibus vai vira um personagem clássico da literatura latino-americana: será a Branca de neve adormecida no ônibus depois de um dia longo de trabalho. Serei eu um escritor proletário? Longe de mim tais responsabilidade.
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