E então houve o sinal do fogo interno que eu previ dentro de mim, e esse fogo me consumia de dentro para fora e ele me levou envolto em uma luz para outra dimensão. Eu escutei a voz do Mestre me dizendo com suavidade:
-Observe cada caminho de perto então faça a si mesmo esta pergunta crucial: meu coração me leva por esse caminho? Se o leva, então a estrada é boa. Se não, é inútil.
Eu compreendi o que estava sendo me ensinado. Levantei os olhos e vi que o fogo tinha se apagado. Nesse momento eu acordei.
sábado, 30 de novembro de 2019
Poema Medieval Religioso
Glória a Deus porque
Ele , Ele é Deus, e só faz
Maravilhas maravilhosas
Para os seus .
Papos
- Qual o seu nome mesmo?
- Silêncio.
- Desculpe. Eu sou muito esquecida.
- Sem problema. E o seu nome é qual?
- Memória!
Fim.
Poesia Fantástica
O Ancião de Dias caminhando
Pela noite obscura sem estrelas.
Os tigres na aurora do tempo
Abrindo os rituais das bruxas
Serafins no meio do caminho
Os homens sentados de cócoras
Olhando a Babilônia aniquilada.
A silhueta de. Uma igreja.
A beira do oceano um beemote.
Náufrago dos dias conta o Mago
Suas belas ninfas e frias são as
Flores que pã esmagou
Desacreditado do amor e dos
Lírios.
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
Roteiro experimental
Peça de Gabriel de Ataide Lima
Quatro atores no palco, dois homens e duas mulheres. Os homens usam terno e gravata azul marinho. As mulheres podem usar seu cabelo natural, ou perucas de cor laranja ou loiro.
Nomes dos personagens: H. Humano, H. Mortal, M. Saliência, M. Erótica.
H. Humano
É preciso mudar a ordem das coisas
H. Mortal
Sim, é preciso mudar tudo. Deixemos que o tempo cuide de si mesmo.
M. Saliência
Bobagem. Nada dura com o tempo.
M. Erótica
Eu duro.
M. Saliência – rindo bem alto –
Você de todos é quem dura menos, Erótica.
M. Erótica
Todos me querem.
H. Mortal – em dúvida -
Será?
H. Humano
Quantos?
As luzes se apagam. Um grande estrondo. Os três atores deitam no chão. Suavemente H. Humano olha para a platéia, e enquanto vai caindo diz:
H. Humano
É preciso urgentemente mudar a ordem das coisas.
Pano rapidíssimo. Não há tempo para aplausos. A igreja toda seus sinos. A chuva cai. Deus se levanta. Os homens dormem. Lá fora uma criança nasce. Tudo é vaidade. Só Salomão assiste o espetáculo.
Fim.
Reflexão
Um texto de Gabriel Benslimane de Ataide
Se o mundo fosse uma gigantesca tartaruga marinha e estivesse indo em direção ao caos, certamente eu e você entraríamos dentro de um mercado e iríamos comprar batatinhas fritas e muitos refrigerantes.
Nesse momento tenso de nossas vidas, você me olharia com seus olhos negros de pantera, dizendo com palavras inefáveis e incompreensivas: “Porra, Gabo. A gente só vive momentos tensos no caralho dessa nossa vida”.
Certamente eu iria puxar pra cima e pra baixo a minha barba judaica, iria respirar fundo, abrir os livros sagrados da mesa de meu trabalho, olharia o céu esperançoso, dizendo. “Isso pode ser uma verdade. Ou quem sabe, é até mesmo uma injúria com a vida”.
Nesse momento você veria em minhas palavras algo que o amor não explica com o raciocínio lógico dos homens. E me desejaria sexualmente, querendo chupar meu pau com o fogo santo de sua língua quente. Eu gozaria na tua boca. Sim, eu gozaria. Gozaria o esperma que seria a esperança de toda a humanidade porque a tartaruga em sua pressa infinita estaria muito próxima do caos, e só eu e você iríamos sobreviver nesse apocalipse sinistro de anos-luzes.
E então, eu desperdiçaria meu esperma em sua boquinha, que ficaria melada de branco, o branco açúcar da porra, que você diria estar muito salgado em seu paladar.
E o destino se faria transparente para nós dois. E nesse momento veríamos Deus. E então, pela graça da bondade divina, a tartaruga nos explodiria como uma bomba atômica. E o caos e a ordem de novo se encontrariam em um beijo sinistro e físico de auroras antigas.
terça-feira, 26 de novembro de 2019
A fonte - conto
Eu estava em uma pequena cidade francesa quando vi no meio dela uma linda fonte. Me aproximei dela com cuidado, sempre zeloso de estar vendo um artefato histórico religioso. A fonte era muito bonita.
Perto dela, estava uma linda menina de olhos azuis e cabelos loiros, amarelos.
- Bom-dia! - falei para ela. Quando se virou para mim, ela ria e seu sorriso parecia ofuscar a luz do sol.
- Que sotaque horrível - ela me respondeu, com certa ternura.
- Essa fonte é sagrada para vocês aqui dessa cidade? - continuei, já que a menina era muito educada, e não parecia nada hostil. Sempre foi meu costume pensar e achar que os franceses eram muito xenófobos.
- Sim. Dizem que ela tem o poder de fazer as pessoas vivas conversarem com os mortos.
Achei interessante que ela me dissesse isso com uma naturalidade tranquila.
- Me chamo Paolo, e você?
- Sou Sophie. Muito prazer.
Ficamos conversando até que o relógio da igreja deu doze badaladas, anunciando a hora do almoço.
- Preciso ir, Paolo.
- Mais já? - perguntei chateado. A menina era muito inteligente, e tinha uma conversa muito curiosa, sobre os assuntos que eu mais gostava, que iam de disco voadores até Jesus Cristo e seu amor pelos homens.
- Sim. Estão me esperando. Foi um prazer conversar com você. Deus te abençoe.
Ela fez então um sinal estranho com as mãos, como que me abençoasse, e de repente, desapareceu como se tivesse feito um truque de mágica. Olhei para a fonte e fui para um pequeno barzinho que vendia comida caseira por um preço acessível, e que o dono, um estranho francês careca e gorducho, que não tirava os olhos de mim conversando com Sophie, me deixou intrigado.
Ao chegar lá, pedi uma refeição. O homem foi simpático, e reparei que ele era devoto de são sebastião, pois tinha muitas fotos e esculturas do santo por todos os cantos do estabelecimento.
Comecei a conversar com ele, disse que eu era brasileiro, muito religioso, e que aquela fonte era um bom lugar para se ficar de manhã. Ao mencionar a fonte, o homem se estremeceu todo. Achei normal, ele devia estar acostumado a fazer isso.
- Gostei muito de conversar com aquela mocinha, a Sophie. Você não tirava os olhos da gente conversando. O senhor já a conhecia?
O vendedor fez o sinal da cruz. E disse.
- Você passou a manhã conversando com a Sophie na frente da fonte?
- Sim. O senhor viu a gente conversando, não viu?
O homem me olhou, e antes de fazer uma oração estranha e melodiosa, me disse: - Vi sim; vi o senhor falando sozinho por um bom tempo próximo à fonte da ressurreição. A Sophie era uma jovem moça que foi assassinada ontem pelo ex-namorado. O enterro dela aconteceu no exato momento em que você saia da fonte e vinha para cá, pro bar.
FIM.
Perto dela, estava uma linda menina de olhos azuis e cabelos loiros, amarelos.
- Bom-dia! - falei para ela. Quando se virou para mim, ela ria e seu sorriso parecia ofuscar a luz do sol.
- Que sotaque horrível - ela me respondeu, com certa ternura.
- Essa fonte é sagrada para vocês aqui dessa cidade? - continuei, já que a menina era muito educada, e não parecia nada hostil. Sempre foi meu costume pensar e achar que os franceses eram muito xenófobos.
- Sim. Dizem que ela tem o poder de fazer as pessoas vivas conversarem com os mortos.
Achei interessante que ela me dissesse isso com uma naturalidade tranquila.
- Me chamo Paolo, e você?
- Sou Sophie. Muito prazer.
Ficamos conversando até que o relógio da igreja deu doze badaladas, anunciando a hora do almoço.
- Preciso ir, Paolo.
- Mais já? - perguntei chateado. A menina era muito inteligente, e tinha uma conversa muito curiosa, sobre os assuntos que eu mais gostava, que iam de disco voadores até Jesus Cristo e seu amor pelos homens.
- Sim. Estão me esperando. Foi um prazer conversar com você. Deus te abençoe.
Ela fez então um sinal estranho com as mãos, como que me abençoasse, e de repente, desapareceu como se tivesse feito um truque de mágica. Olhei para a fonte e fui para um pequeno barzinho que vendia comida caseira por um preço acessível, e que o dono, um estranho francês careca e gorducho, que não tirava os olhos de mim conversando com Sophie, me deixou intrigado.
Ao chegar lá, pedi uma refeição. O homem foi simpático, e reparei que ele era devoto de são sebastião, pois tinha muitas fotos e esculturas do santo por todos os cantos do estabelecimento.
Comecei a conversar com ele, disse que eu era brasileiro, muito religioso, e que aquela fonte era um bom lugar para se ficar de manhã. Ao mencionar a fonte, o homem se estremeceu todo. Achei normal, ele devia estar acostumado a fazer isso.
- Gostei muito de conversar com aquela mocinha, a Sophie. Você não tirava os olhos da gente conversando. O senhor já a conhecia?
O vendedor fez o sinal da cruz. E disse.
- Você passou a manhã conversando com a Sophie na frente da fonte?
- Sim. O senhor viu a gente conversando, não viu?
O homem me olhou, e antes de fazer uma oração estranha e melodiosa, me disse: - Vi sim; vi o senhor falando sozinho por um bom tempo próximo à fonte da ressurreição. A Sophie era uma jovem moça que foi assassinada ontem pelo ex-namorado. O enterro dela aconteceu no exato momento em que você saia da fonte e vinha para cá, pro bar.
FIM.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
domingo, 24 de novembro de 2019
sábado, 23 de novembro de 2019
O hipopótamo
para o meu
amor, Bel
Besta fera beemonte, que carregas na
língua, na boca, nos dentes e nos rabos
as velhas invocações de injúrias por
ser tão formoso e arredondado.
Ó cavalo-marinho, cavalo potente das
águas embalsamadas do rio nilo. Estai
sempre sozinho por ser territorial?
Carregas essa marca (como chaim) de seus primeiros ancestrais?
És tu, cavalo-marinho, que carregas no nome a herança grega de Ovídio
Nasón, nos teus quarenta anos de água gelada e sonhos profundos.
Puro cavalo criado por Deus, carregas
as furias e as tranquilidades do divino
em tua imensa gordura.
Ó hipopótamo, náufrago das
águas do nilo, habitante dos rios.
O culto
Aí que sair daqui, bastardos,
Na hora certa, na hora do
Relógio em que o solarus
Estiver sem dinheiro claro.
Aí que dizer as coisas com
Plumosa harmonia: amor,
Alavanca, sátira, poesia.
Depois, abrir a tranca.
Vai dizer: quantas tranças!
Oh, que abismo, inconfundível.
Vai dizer, estás louco, ingênua.
Ocultando em si esse dom
Que é o de dizer palhaçadas.
Acordo amanhã. Maçarico.
quarta-feira, 20 de novembro de 2019
Espíritos nos Bosques
Silhueta de poeta andarilho
Carregando o sol de bronze
E a lua prateada de Santiago.
Os espíritos nos bosques
Cantam de alegria e de saudade.
Ó espíritos, estais nas folhas?
Ó espíritos, estão nas rochas?
O poeta os vê entre os muros
Ajoelhados pelos bosques tristes.
Quem os trouxe aqui, espíritos,
Os errantes seres que os humanos
Quiseram decretar como deuses?
Quem os trouxe aqui, espíritos,
Os astronautas divinos que esquecemos?
Os espíritos nos bosques
Saúdam os elfos com mãos de gelo.
Aí, do poeta que chora ao não
Ver a dança feliz dos espíritos esquecidos.
Falei para ela
Com os olhos para quem vê
As imensidões do infinito, o destino.
Ah, doce sonho do amor das coisas que
Nos rege sem nenhum sentido.
Olhando as furias, as dríades,
Deitado céu que tece nuvens.
Moramos com os anjos sem querer
Algo ou saber tudo.
Olhai amigos:
O amor se esconde.
E nós cantamos.
Olhai, essa dor,
O vento, a chuva.
As flores.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Ouculto em temas
espíritos assumindo formas visíveis,
[fantasmas,
o abominável homens da neve,
[nas montanhas frias do globo,
elfos de épocas remotas,
[poderiam dominar as mentes de outras criaturas,
[discos voadores pelos planetas alheios,
extra terrestres sem pátrias,
[bruxos caminhando pela terra,
invocando tempestades de sobrenatural,
[a telepatia natural dos seres
angelicais, conforme o diálogo místico
de são Gabriel das Catacumbas perdidas.
entrevista
10 de novembro de 2019,
O escritor e letrista brasileiro Gabriel de Ataide Lima (g.a. lima), atualmente anda divulgando suas produções literárias em forma de tiras em quadrinhos por todo o estado de São Paulo. Publicado por jornais de Adamantina, São Paulo, Campinas e Petrópolis, o mais recente quadrinistas nacional está com suas duas tirinhas, "Warner sem limusine", e "Duvidados", como o mais novo cartoon abalando os pensamentos brasileiros.
Força de Notícias de Campinas - De onde você tira tanta criatividade para seus textos e quadrinhos?
Gabriel de Ataide - Acredito que a fonte suprema de tudo o que faço vem e provém de Deus. A minha arte nasce da inclinação natural de não aceitar as coisas.
Força de Notícias de Campinas - Isso significa que você é um artista da vanguarda?
Gabriel Ataide - Essa palavra vanguarda me soa tão estranha... Tão insossa. Acredito que meu vanguardismo é apenas o fato de eu fazer as coisas do jeito que quero.
Força de Notícias de Campinas - Sua serie "Warner sem limusine", trata de que assuntos?
Gabriel Ataide - Warner, sem limusine trata de inúmeros assuntos. Da política mundial até a política nacional. Falo de temas como sexo, amor, ódio, tudo o que envolve os seres humanos. E... bem, esse personagem não é um ser humano. É um alienígena que questiona as coisas. O nome dele é Warner.
Força de Notícias de Campinas - E "Dúvidados"?
Gabriel Ataide - Dúvidados já não tem um esquema, não, é um roteiro meio surrealista. É o meu momento de relaxar.
Força de Notícias de Campinas - Quem se interessa pelo seu trabalho pode encontrá-lo por onde?
Gabriel Ataide - Semanalmente sou publicado pelo Jornal Impacto de Adamantina, e por vários jornais de Campinas, São Paulo e Petrópolis.
entrevista
G.A. Lima divulga seus quadrinhos pelas cidades de Campinas e São Paulo: “Esse personagem não é um ser humano. É um alienígena que questiona as coisas. O nome dele é Warner. ”
Escritor
foi às redes sociais para comentar o fato de suas tirinhas estarem sendo publicadas pelos mais diversos jornais do estado de São Paulo. E deu entrevista ao jornal Força de Notícias de Campinas
Por Redação
O escritor e letrista brasileiro Gabriel de Ataide Lima (g.a. lima), atualmente anda divulgando suas produções literárias em forma de tiras em quadrinhos por todo o estado de São Paulo. Publicado por jornais de Adamantina, São Paulo, Campinas e Petrópolis, o mais recente quadrinistas nacional está com suas duas tirinhas, "Warner sem limusine", e "Duvidados", como o mais novo cartoon abalando os pensamentos brasileiros.
Força de Notícias de Campinas - De onde você tira tanta criatividade para seus textos e quadrinhos?
Gabriel de Ataide - Acredito que a fonte suprema de tudo o que faço vem e provém de Deus. A minha arte nasce da inclinação natural de não aceitar as coisas.
Força de Notícias de Campinas - Isso significa que você é um artista da vanguarda?
Gabriel Ataide - Essa palavra vanguarda me soa tão estranha... Tão insossa. Acredito que meu vanguardismo é apenas o fato de eu fazer as coisas do jeito que quero.
Força de Notícias de Campinas - Sua serie "Warner sem limusine", trata de que assuntos?
Gabriel Ataide - Warner, sem limusine trata de inúmeros assuntos. Da política mundial até a política nacional. Falo de temas como sexo, amor, ódio, tudo o que envolve os seres humanos. E... bem, esse personagem não é um ser humano. É um alienígena que questiona as coisas. O nome dele é Warner.
Força de Notícias de Campinas - E "Dúvidados"?
Gabriel Ataide - Dúvidados já não tem um esquema, não, é um roteiro meio surrealista. É o meu momento de relaxar.
Força de Notícias de Campinas - Quem se interessa pelo seu trabalho pode encontrá-lo por onde?
Gabriel Ataide - Semanalmente sou publicado pelo Jornal Impacto de Adamantina, e por vários jornais de Campinas, São Paulo e Petrópolis.
Fonte: Força de Notícias de Campinas
A Magia
A Magia está na mente UNIVERSAL do homem; o cenário
é apenas a máscara de uma Ilusão, mesmo para o pensador. E a beleza de tudo é que o Amor liberta.
O Novo Sortilégio
Eu não quero ficar sozinho,
não, eu não quero passar minhas
noites com os Faunos sombrios dos
rios, colhendo as flores para as doces
ninfas que não se lembram do meu nome,
porque elas sabem que não existo mais.
Eu não quero ficar sozinho,
quando a manhã carrega nas asas
Ícaro, despertado por dores sombrias.
Não, eu não quero ver seus olhos, minotauro,
nem quero ver os olhos daquela linda fada.
Perdido entre a montanha e as campinas,
vagarei como um mago usando minhas doces
magias para sortilégios de amor que tragam
a águia e o leopardo para me fazerem companhia.
Parábola simbolica
Escuto quieto os Ossos da Magia
na Resplandecente Noite Selvagem.
Meus Olhos de Sortilégios invocam
e gemem e cantam o luar felino.
Estou invocando os dias antigos,
aqueles em que os Nórdicos guerreavam
contra os infelizes do outro lado
do Pacífico. E eu invoco a ti, Sentimento.
Minhas mão te conduzem ao infinito,
em prantos e labaredas e ao salto do
destino (esses olhos, essa boca, esse mel).
É tudo o doce da vide que não pode
ser provado pelos olhos de Atlas.
Vendo muitas tempestades aos horizontes,
carregando as mãos em fogo e em fúria,
como se o mar fosse uma espécie de delinquente,
já que a Magia envolve nossos espíritos como
duas agrestes silhuetas no meio do deserto.
E enquanto estamos gemendo como dois pássaros,
sim, entre os nosso delírios e sonhos, há alguém que
passa na minha solidão sem alma, e vem,
carregando o som de uma flauta, dentro
de bosques escuros que assombram
as colinas mais afastadas do rio corajoso,
à beira do deserto sem alma. Onde eu vejo Pan colhendo flores.
foto: ilustrativa
domingo, 17 de novembro de 2019
O instante existe
Eu permaneço dentro de ti Amor como
Uma miragem no campo.
Olhe a cidade de onde estamos.
Eu sou ela em cada pedra em cada
Prédio onde a minha alma vazia
Se assusta com esses seres mortais
Que me rodeiam como deuses de morte.
Amada, eu te amo misteriosamente.
Isso não se explica. Exista, assim como eu
Existo.
(Sem saber).
sábado, 16 de novembro de 2019
As imensidões
Ah, eu estou ouvindo
sua doce voz marinha
De serpente oceânica,
e canto delirando ao olhos
De inúmeras sereias brancas.
Oh praias imensas, Oh imensidões
do mar infinito das matérias,
As coisas que pulsam como uma
nuvem que se perde no horizonte.
Eu não sei o seu nome geométrico,
vou te amar até a desintegração do
Oceano.
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Poemas de A. dos Fortes
Poemas de A. dos Fortes
*esses
poemas a seguir foram escritos pelo autor A. dos Fortes, quando em suas
peregrinações por Londres (1979), Paris (1980), e traduzidas por
correspondência. estão no livro do mesmo autor de nome "Arquivos
Místicos das Melodias sem Pátria", hoje na vigésima quinta edição.
1
prostituta em silêncio
na noite profunda
a luz da espada
os cravos vermelhos
prostituée silencieuse
dans la nuit profonde
la lumière de l'épée
les oeillets rouges
2
de dia não vi ela
quando a rua encheu de noite
meus olhos por
esse frio
in the day I didn't see her
when the street filled at night
my eyes for
this cold
3
vai pelo mundo
sem saber que
eu me perco
nesses labirintos
em segredos.
go around the world
not knowing that
I lose myself
in these mazes
in secrets.
4
eu quis beijar sua boca
eu quis amar seu corpo
eu quis ser seu
e agora onde estás
amor meu?
Je voulais embrasser ta bouche
Je voulais aimer ton corps
Je voulais être à toi
et maintenant où es-tu
mon amour?
1
prostituta em silêncio
na noite profunda
a luz da espada
os cravos vermelhos
prostituée silencieuse
dans la nuit profonde
la lumière de l'épée
les oeillets rouges
2
de dia não vi ela
quando a rua encheu de noite
meus olhos por
esse frio
in the day I didn't see her
when the street filled at night
my eyes for
this cold
3
vai pelo mundo
sem saber que
eu me perco
nesses labirintos
em segredos.
go around the world
not knowing that
I lose myself
in these mazes
in secrets.
4
eu quis beijar sua boca
eu quis amar seu corpo
eu quis ser seu
e agora onde estás
amor meu?
Je voulais embrasser ta bouche
Je voulais aimer ton corps
Je voulais être à toi
et maintenant où es-tu
mon amour?
Como se fosse um descanso
Olhemos para a noite que acaba
e que nos espanta sem motivo nenhum,
enquanto atravessamos a linha do trem
sem movermos nenhuma peça do xadrez
(porém, a vida nos joga sem piedade).
A lua atravessa a janela dos olhos
como se fosse a sombra de um claro tigre que nos persegue.
Envolto em trevas as estrelas bailam suas danças antigas de
quimeras perdidas. Olhemos.
O trem anuncia sua passagem por essa cidade,
as pessoas que farram suas horas amargas não sabem
que a aranha lenta que espera a mosca em sua teia medita
com o filosofo sobre questões da existência.
A noite é fria e o vento passa pelas frestas dos telhados,
anunciando que fará calor nas próximas horas do dia
enquanto trabalhamos (e a recordação das piramides
nos anima como o descanso no Paraíso.
Os tigres
Maravilhosa visão de um tigre,
de um tigre
que se tornou
dois tigres
entrelaçados
em dois em um
se tornaram o meu
yn, meu yang.
Um tigre é alaranjado,
um alaranjado dourado
macio e suave como a fúria
dos antigos reis que matavam
seus súditos sem poupar a ninguém,
um tigre é alaranjado,
trajando em suas delicadezas de sol
pintas pretas como o cosmo englobado
de negro.
Um tigre o outro tigre (eu diria como
um filosofo em duvida, não será esse
um o mesmo?) é branco, tingindo
de brancura os meus pensamentos,
seria a lembrança do papel açucarado
que quer ser escrito pela letra azulada
da caneta? um tigre é branco,
como se simbolizasse a paz das guerras,
como se fosse um branco cheio de histórias
que não
iremos lembrar quando forem ditas
pelos sábios persas.
Maravilhosa visão de dois tigres,
dois tigres,
serão em dois um.
Passado e presente
Passado e presente,
ai, estou tão contente,
ou descontente,
vejo a beleza da
semente: branca,
germinada do céu
como uma luz,
olhos tão claros,
olhos tão azuis.
Passado e presente,
estou tão descontente,
estou tão contente.
Atravessando vários
oceanos a beleza morena
me atravessando como
uma espada.
Os espelhos refletem
meus olhos cansados
de hipopótamo.
Passado e presente,
ai, estou tão contente,
tão descontente.
Vejo na beleza a
estrada que se vai
cheia de tempestadades
que se finda enquanto
o dicionário e colocado
de volta na estante.
As pinturas abstratas
revelam meus sonhos
antigos de passados incontidos
e presentes infinitos.
AI, passado e presente,
passado e presente como os lírios.
O pátio
Óh pátio em silêncio divino,
em ti vejo rostos de belos anjinhos,
árvores dançam com a passagem
do vento em teu silêncio.
Óh pátio, miragem de todos
que não sabem do vento.
Estás longe do mar como
um autor longe da caneta.
Óh pátio, imensidão das sereias,
angelical ninfa hermafrodita,
onde verdejam os passados
de Ovidio entre a lonjura do amor.
Óh pátio, carregas as casas
como um espelho de morte
e vida entre suas mãos de espada.
O silêncio te corta, sem saber.
Hoje
Hoje
sou
apenas uma fotografia
na parede.
Isso não me desagrada
nem me agrada
isso não me fere
não me
põe quente
nem frio.
Hoje
sou
apenas aquele
moço que já é
velho sou o velho
que já foi moço
hoje sou a estrela
que se perdeu
sou aquele que
cantou alguma
coisa que não
podia ser
cantada,
sou aquele que aprendeu com borges, amado, coelho, blake,
ungaretti, cervantes, camões, suassuna, veloso, campos, bolaños,
sou aquele que passou por ruas tantas
recitando filmes e lembranças
que fariam
Macho de Assis
gargalhar de tanta
ironia,
porque hoje não tenho
rumo nem sonhos
não tenho pátrias
nem espelhos
me sinto cheio
de vazios e me sinto
vazio de tão cheio.
Posso viajar para todos os lugares
Posso viajar para todos os lugares. Isso é uma afirmação ou uma interrogação? Não posso viajar para o centro do Sol, nem para o lado Sul da Lua. Não posso viajar para o fundo do mar. Posso, quando quero isso, usar a Imaginação. Somente assim eu posso.
Continuo a pensar: posso ir para Londres? Não. Não sem as condições necessárias para isso. Sem falar inglês, sem ter o dinheiro monetário usado no país tratado. Então só posso sonhar que viajo para Londres. Isso faz todo sentido para mim, que acredito em arcanjos, nuvens, magos e sonhos.
Até aquela ilha no Pacífico, aquela distante ilha onde o sol vê os seus moradores cercados de água salgada. Posso viajar para lá? Claro que posso. Hoje, não fisicamente. Espiritualmente sim, e também cybernéticamente. E isso faz toda a diferença, já que eu filosoficamente posso perguntar: posso viajar para todos os lugares?
Então posso ir até o Nepal, posso ir até a China e andar por toda a sua grande muralha, posso ir até o Canadá, posso ir até Tokyo e saborear o silêncio constante dos orientais (silêncio, que como diria João Gilberto, é sagrado).
Para os meus leitores italianos / Ai miei lettori italiani
Para os meus leitores italianos / Ai miei lettori italiani
Da Itália vejo roma
incendiando nações e bosques,
mais vejo nos olhos dos meus
leitores italianos a beleza
antiga e sabia, aquela que Deus
deixou para os homens contemplarem
as coisas.
Sim, Giuseppe Ungaretti,
você com seus versos de caracóis
só tu me entenderia (tu, e meus leitores),
sim, Dante Alighieri, rocha do mel da poesia,
tu me entenderia (tu e meus leitores).
Da Itália vejo roma
incendiando nações e bosques,
mais vejo nos olhos dos meus
leitores italianos a beleza
antiga e sabia, aquela que Deus
deixou para os homens contemplarem
as coisas.
Sim, Giuseppe Ungaretti,
você com seus versos de caracóis
só tu me entenderia (tu, e meus leitores),
sim, Dante Alighieri, rocha do mel da poesia,
tu me entenderia (tu e meus leitores).
Dall'Italia vedo Roma
nazioni e boschi in fiamme,
Vedo di più nei miei occhi
lettori italiani la bellezza
vecchio e conosciuto, quello che Dio
lasciato agli uomini per contemplare
le cose.
Sì, Giuseppe Ungaretti,
tu con i tuoi versi di lumaca
solo tu mi capiresti (tu e i miei lettori),
si, Dante Alighieri, poesia miele roccia
,
mi capiresti (tu e i miei lettori).
incendiando nações e bosques,
mais vejo nos olhos dos meus
leitores italianos a beleza
antiga e sabia, aquela que Deus
deixou para os homens contemplarem
as coisas.
Sim, Giuseppe Ungaretti,
você com seus versos de caracóis
só tu me entenderia (tu, e meus leitores),
sim, Dante Alighieri, rocha do mel da poesia,
tu me entenderia (tu e meus leitores).
Da Itália vejo roma
incendiando nações e bosques,
mais vejo nos olhos dos meus
leitores italianos a beleza
antiga e sabia, aquela que Deus
deixou para os homens contemplarem
as coisas.
Sim, Giuseppe Ungaretti,
você com seus versos de caracóis
só tu me entenderia (tu, e meus leitores),
sim, Dante Alighieri, rocha do mel da poesia,
tu me entenderia (tu e meus leitores).
Dall'Italia vedo Roma
nazioni e boschi in fiamme,
Vedo di più nei miei occhi
lettori italiani la bellezza
vecchio e conosciuto, quello che Dio
lasciato agli uomini per contemplare
le cose.
Sì, Giuseppe Ungaretti,
tu con i tuoi versi di lumaca
solo tu mi capiresti (tu e i miei lettori),
si, Dante Alighieri, poesia miele roccia
,
mi capiresti (tu e i miei lettori).