Dedicado ao mestre João Cabral de Melo Neto
Duro é olhar as canas
mortas.... não tão mortas, mais
esquecidas e queimadas ao sol
e elas não tem terçol por pura
casualidade enigmática.
Aqui não é o sertão
e o mar não bate desse lado
me consolo absoluto e concreto
como um martelo eu abafo o som
é o amor que pede um desabafo? Ó coitado.
Não sei o que ví e o que virei
pouco importa ao que direi
as canas morrem ao sol
tão queimadas.... tão maltratadas
e o assoviar do vento
onde aquele som de desalento
foi se esconder?
Duro é olhar as canas mortas
e sem alma.... paradas e queimadas
sem amor algum para consolar
essa triste devastação
do coração? Com que razão?
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