Vem até mim,
manhã —
menina sem gênero,
fissura de luz no pó do mundo.
Roça teu calor de bomba
na pele que ainda treme
do nome não dito.
Olha o leopardo:
ele respira na altura do silêncio,
listras partidas
como versos queimados.
E gere beijos —
duros, minerais,
beijos que se escondem
no âmbar do tempo.
Noite:
abre teu olho único
e aprende comigo
a morrer devagar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário