poema existencialista
Não tenho nada mais pra dizer.
O trapo do coração morreu —
afogado em si mesmo,
num mar que não existe.
Sou apenas uma bomba sem lógica,
viva,
osso,
eco do que um dia foi canto.
A alma quis ser águia,
mas restou pena suja no chão.
O tempo, esse velho ferreiro,
bateu demais no ferro da esperança.
Agora sou ruína —
um altar vazio
onde nenhum deus quer dormir.
E ainda assim,
há um sussurro,
um lampejo,
um resto de chama
que insiste em me chamar de homem.
Mas o coração?
Ah, esse trapo —
já se foi.
E o que resta pulsa,
não por amor,
mas por costume.
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