O DRAGÃO E O CAVALEIRO
No vale onde o sol se escondia,
erguia-se o Dragão Verde,
com asas como velas de sombra
e olhos que ardiam como pântanos eternos.
Não rugia — sussurrava tentações,
não cuspia fogo — exalava medo.
E muitos reis, em suas coroas ocas,
curvaram-se ante seu hálito venenoso.
Mas veio um cavaleiro sem glória,
sem escudo dourado, sem cânticos de corte;
apenas um coração tenaz,
uma espada sem nome e a fé nos céus.
Ele enfrentou a fera no silêncio,
onde até os corvos cessaram o voo.
O Dragão prometeu-lhe reinos e segredos,
mas o cavaleiro respondeu com o aço e a prece.
E quando a noite caiu, não se ergueu mais o monstro,
sua carne virou vento, seu veneno tornou-se pó.
O vale respirou em alvorada clara,
e o cavaleiro partiu sem deixar nome,
como se apenas o Céu tivesse visto.
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