No vale onde o sol se escondeu,
habita um leão de duas cabeças.
Uma olha para o dia e brada coragem,
outra se curva à sombra da dúvida.
O povo teme sua força dividida,
não sabe que cada boca fala a verdade.
Uma deseja proteger, a outra devorar,
e ainda assim caminham no mesmo corpo.
Quando o vento sopra histórias antigas,
as cabeças se voltam, conversam em silêncio.
E o leão, sozinho, aprende que o mundo
é feito de batalhas internas e ternura.
Pois até o mais feroz entre os reis
tem espaço para dois caminhos —
e o verdadeiro rugido não vem da boca,
mas do coração que decide qual lado seguirá.
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