Na encosta da serra
uma árvore ergue seus ramos
como braços abertos para o horizonte.
Lá embaixo, o mar respira,
imenso e azul,
espalhando o seu rumor de eternidade.
A árvore olha o mar todos os dias,
seus olhos são folhas agitadas,
seu coração é raiz que não cede.
Queria beijá-lo,
mas a distância é abismo,
e a terra a prende
ao lugar onde nasceu.
O mar, em sua vastidão,
manda-lhe mensagens de espuma,
canta-lhe canções de ondas
e devolve o brilho do sol
para que a árvore não esqueça.
E assim vivem:
ela, imóvel, sonhando a vertigem;
ele, inquieto, desejando a quietude.
Amor que nunca toca,
mas persiste —
como todas as coisas impossíveis
que sustentam o mundo.
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