domingo, 24 de agosto de 2025

Povo Escolhido


Ó raça que se crê predestinada,

Feita de barro igual ao barro infame,

Que se orgulha de um título sem nome

E se ajoelha ante a própria alvorada!


Deus vos teria dado a mão sagrada?

Ou foi a morte que vos fez a fome?

Pois toda carne apodrece e não some —

Sangue e vermes são a mesma jornada.


Na pútrida ironia do destino,

O verme é o sacerdote mais divino,

Que vos nivela em sua comunhão.


E o “escolhido”, em sua fé perdida,

Descobre — na matéria dissolvida —

Que é pó, como qualquer outro, no chão!



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