-para meu grande amigo, Cainan, um poeta como eu, COM AMOR E DEDICAÇÃO, DE SEU GABRIEL LIMÃO MACABEU
a inveja não é legal,
a fama não é natural,
ela cresce como erva daninha
no quintal das almas pequenas.
os olhos que não olham para dentro
preferem medir o brilho alheio,
e roem, em silêncio,
o próprio coração,
como ratos na penumbra.
a inveja veste paletó e gravata,
fala baixo nas reuniões,
aperta mãos com sorriso frio,
mas por dentro escreve listas
de quem quer ver cair.
a fama, coitada,
não pediu para nascer —
é uma criança perdida no mercado,
cercada por vozes estranhas
que a puxam para todos os lados,
até que se torne boneco
nas vitrines iluminadas.
mas o que ninguém diz
é que a inveja é covarde:
ela não cria,
não constrói,
não ama —
apenas espera que o outro
tropece na própria alegria.
e eu, que já a vi de perto,
posso dizer sem medo:
melhor ter um único amigo
e a paz de se olhar no espelho,
do que carregar no bolso
o veneno doce
da inveja.
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