A alma é um pássaro cansado,
que voa em silêncio pelo céu do tempo,
buscando, entre nuvens dispersas,
um ramo onde pousar.
Religião —
não como dogma frio,
mas como um lume tênue
que aquece as mãos no inverno da dúvida.
É nessa busca serena,
entre sombras e luzes veladas,
que a alma se revela inteira,
não mais perdida, mas inteira.
Paz não é ausência,
mas a chama que arde calma,
um sopro que atravessa o vazio,
um segredo murmurado pela fé.
Ah, alma inquieta,
que não teme o caminho longo,
pois sabe que a cada passo dado
o silêncio se torna oração.
E no final,
quando o mundo se aquieta em seu adeus,
só resta a alma —
livre, serena, em paz com a fé.
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