quinta-feira, 15 de maio de 2025

Soneto do Mukhannath



Entre sombras e luz, teu corpo dança,  

Um véu de ambiguidade te envolve,  

Não homem, não mulher, mas graça que avança,  

E o tempo, em vão, teu mistério dissolve.  


Teus passos são versos no chão da história,  

Teu riso, um eco de doçura antiga,  

Desafia a rigidez da falsa glória,  

E a norma, em ti, se faz arte oblíqua.  


Oh, flor que desabrocha entre espinhos,  

Ninguém te define, mas todos te olham,  

Teu ser é um rio sem fim nem caminhos,  


E o mundo, perplexo, te cerca e enrola.  

Mas segue, dança, rompe o véu da sorte,  

Pois és, em ti, o poema mais forte.

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