Em salas de mármore, sob véus de ouro,
O jovem é flor que o vento não poupou:
Corpo de mel, em brasa, entregue ao louco
Banquete dos senhores que o adoram.
Seus olhos, luas em eclipse escuro,
Guardam segredos que o prazer queimou;
Mãos que afagam, mas que nunca ampararam
A alma que em silêncio se perdeu.
Ó doce vítima, teu riso é um rio
Onde os sedentos bebem teu cansaço;
Teu nome, eco em salas de desvario,
É moeda que se gasta em cada abraço.
Mas quem te vê, sequer imagina o frio
Que habita o teu peito, eterno e lasso.
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