quinta-feira, 10 de outubro de 2019
Aço
Não sou a voz dos necessitados
Não posso se-la cheguei atrasado
Não posso ser a voz dos necessitados
Nem um anjo me escutar ia
Os bosques iriam rir de mim
Os duendes irlandeses cantariam de louvores
Por saberem que o meu ouro não vale nada
Por isso não posso ser a voz dos necessitados
Ninguém pode falar por mim essas coisas que não fazem sentido
O mar é o único ser da terra que me entende
Porque ele vai e ele volta sem se importar com ninguém e o seu caminho é feito de areia e de peixes
por isso os necessitados os pobres que sempre estão conosco como disse Jesus Cristo sabem que não podem confiar em mim porque tenho os bolsos rasgados e me perco em qualquer esquina sem saber se trago água transformada em vinho ou se trago peixe transformado em frango.
Não confia em mim confia no aço no forte aço no metal que pode destruir casas que pode começar guerras não confia em mim confia no asfalto vivo que não fala confia no petróleo que tudo controla confia no dinheiro que só os magnatas conseguem ter.
A minha voz está um pouco embaçada porque a neblina das coisas dizem para me encantar mas ninguém quer me ouvir ninguém quer me escutar e o mundo é uma bagunça porque todo mundo quer sambar.
Aço Walt Whitman entenderia o seu coração,
eu só posso levantar as mãos para máquina de escrever que tenho na minha frente e fazer manuscritos com a minha caneta e depois delirar como louco sem saber que o que faço é poesia para ser desprezado por quem não entende de arte.
Senhor, Senhor perdoais, eles sabem muito bem o que fazem.
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