domingo, 31 de março de 2019
Quem pensa
Não há vazios
Apenas conversas
Que não levam a
Lugar nenhum
(Não é isso a vida, filósofos, ?
Fiz
Vejamos o tempo
essa coisa curiosa
um livro um sol
uma flor um pêssego
pensemos com
a tradição rabínica
porque sabemos já
que quem planta
colher espera
por que será que
um dia o mar quer ser rio
se o rio teima em ser mar
primavera ?
Dilema
Olhem o campo e algumas flores e se a noite deslizar de manhã que a maçã e a morte e o sol
sejam luz poesia algo qualquer coisa
Vejamos
Nesse verde
e nesse
azul igual
a uma caracolinha
iríamos acabar encontrando
o mar o deserto o infinito
o paraíso.
Essencial
Esse mundo
Não é o meu
Mesmo assim
Aqui estamos
Tu e eu
Sombra e Luz
Sol e Lua árvores e flores
Pedras e vulcões
Assim quando olhamos
Os pontos distintos
Iremos sorrir como dois
Beduínos e seremos próximos
Assim que a noite seja serena
E a eternidade irrigue nossas odes
Espelho
Eu não me vejo
Nesse espelho
Os reflexos são
Embaçados e
Por isso os olhos
De narciso já não
Estão refletidos
No rio sem rumo
Do infinito
sábado, 30 de março de 2019
DO livro do destino
Quando pequeno tive interesse nas feições dos tigres. Achei encantadora as imensas lágrimas dos crocodilos e fingi que os querubins rodeados no jardim fossem misturas de tigre com crocodilos. Ao mirar o retrato da donzela no espelho, seus olhos eram como dois punhais abrasados pela fúria do amor. Mesmo assim eu ainda me lembrava da feição aterrorizante do tigre prestes a atacar a carabina e o luar.
Depois de algumas semanas fiz questão de esquecer a figura manchada do laranja e do negro que exalava dos tigres. Tais cores eram para mim o retrato de uma inominada cegueira. Então como se a hipnose e a religião estivessem se guerreando em minhas ternas alucinações, contemplei a figura dourada de um leão e o marfim dos elefantes, como se a brisa e a morte quisesse decifrar uma estrela.
Na escola desenhei tigres, crocodilos e leões. Os espelhos acharam incorreto descrever a juba de um só felino, e tive que me contentar a dizer que os sonhos me estavam conduzindo a criação de um zoológico fantástico.
Por fim antes de cruzar os corredores da biblioteca, abri uma enciclopédia e vi a figura de um leão. Ali estava o tigre e o crocodilo. Eu não consegui entender os sinais misteriosos de tais acontecimentos. Por fim tratei de esconder o livro numa estante que não seria jamais vasculhada. O segredo do tigre está guardado comigo. O leão continua a assombrar meus sonhos. E o crocodilo seria o punidor dos pecados. Será escrito tais coisas no livro do destino.
Livro do Destino, escrito por Zairi Ben Ryaldin
Se a noite
Se a noite
os nossos
sonhos buscam
lírios
e o ar da vida
se nós deixamos
a melancolia ou o caracol
o lírio
o destino
Prestai atenção
Prestai atenção
Nas minhas estrofes
Beduínas
Que o sino seja o mar
Que relintina a vida pós vida
De noite eu canto como quem canta
É noite
Já posso cantar
Como antigamente
Sem som e sem ritmo
Em silêncio e com as folhas
Isso porque chegou o outono
E logo vem o frio
É noite e não há estrelas
Nem posso sonhar com
Prédios porque aqui não
Há nenhum e mesmo assim
Eu não lamento isso
Apenas respiro o ar
E velo a noite com belo
Olhar de quem quer cantar
Poesias ou uma enigmática
Canção
Posso mesmo dizer
Que a noite não passará
Assim como minhas palavras
Passarão?
Êxodo visto por outro ângulo
Existiram reis
E ainda existem
No xadrez e na terra
Uns por decreto de Deus
Disseram assim
Governavam mais
Aos que se levantavam
Não tinham pena em
Matar
Mesmo assim a lei de
Moisés teceu o caminho
Chega da escravidão
Nesse egito esquisito
Levantou o povo com trombetas
E acompanhados de noites
Um bezerro de ouro enfureceu
Os olhos do Eterno.
Ao chegar a Canaã
Um estranho ritmo de sons
Lembrou a canção de Abraão
Nosso pai na fé
Quando com menos do que nada
Carregando a voz de Deus na alma
Cantava:
Caminhando eu vou
Para Canaã
Dor
Não entendo o coração
Nem o que compõe
Seus segredos na noite
Como pode o dia nesse
Simples pulsar
Carregar tanta dor?
Dizei irmãos meus onde
A fraternidade se esconde
Nesse mundo insólito?
Nessa insônia onde ando
Vago morto no meio
Desses mortos que se
Dizem vivos (e estão mais
Mortos que os próprios mortos).
Dizei irmãos meus por que
Sentir tanta dor opressão
Nesse simples objeto
Nesse simples coração?
Trabalho
O céu azul
é
imenso por cima
o sol queima os
caramujos e as flores
carregando
palha a
lenta lembrança
da voz de um rio
um tucano
me lembra as terras
dos meus ancestrais turcos
servi eu a solimão
o magnífico
nas suas guerras
contra os húngaros?
Lembro
Dos montes serenos
Tenho uma lembrança imensa
Mas eu ainda era pequeno
E o céu já era cheio de estrelas
Adormeci
Acordei e não lembrei quem era
Achei que o destino poderia
Responder tais questões
E fui brincar com o outono
Nos olhos da primavera
Do caos
De uma simples
compra,
um caracol ladrejado
uma imensa cátedral
para san tiago
no meio do deserto
a água o pó a moeda
alguém grita de dentro
mesmo
que as portas
tenham muitas estrelas
. fazei uma lista de mar .
se comprarmos o oceano
poderemos beber suco
de laranja
mesmo que a manteiga
seja mais cara que o garfo
e nós queixemos dos juros
soberbos dos bancos.
Naufrágio
Navios de guerra
& Versos de amor agitados
Como bandeiras de países
Arrasados de economia frágeis
Dos sonhos o mar levou a
Leveza a pedra o duro olhar
Amores antigos e navios
Encontrados.
sexta-feira, 29 de março de 2019
A biblioteca
Dos sonhos me provi
De enigmas e mensagens que
As palavras iam tecendo
Estranho labirinto onde os olhos
E o por do sol se confundiu
Sem saber onde e para que
O mar foi tecendo canções
E o ruído da chuva escapou
Pois dentro da luz e do vento
Entrava pelas janelas abertas
A claridade a teia da aranha
A ferrugem das grades onde
Os livros essas imensas enciclopédias
Que ensinam aos homens indoutos
Guerras metáforas amores e eras.
domingo, 24 de março de 2019
NÃO EXISTE GUARDA-ROUPA
NÃO EXISTE GUARDA-ROUPA
conto
O juiz disse algo para o escrivão e de súbito, se calou. Minhas mãos tremiam desde agosto, quando o calor parecia não ter fim, e o apocalipse podia ser vivenciado de qualquer esquina, na cidade.
- Pode se levantar, senhor Paulo. Suas acusações não deixam dúvidas. Realmente você teve intenção de analisar o tigre. A questão é...
Pensei que ele estava tendo dificuldade em expressar a ideia de que na minha casa qualquer um poderia acessar outro ponto do universo. As acusações de bruxaria eram ridículas, pelo simples fato de minha casa estar repleta de livros cristãos, e de direito internacional.
Jamais neguei a ninguém a possibilidade de visitar outros mundos, porque quando criança, quando me acostumei a discutir teologia em latim com os duendes de meu quintal, mamãe resolveu não me internar, ainda que eu continuasse contando na escola de pés juntos que havia visto na rua de casa um elefante amarelo, e um casal de flamingos patinadores de gelo.
O caso do tigre não foi tão grave quanto estavam querendo parecer que fosse.
Eu já criava ele há uns sete anos, antes de ter me formado em advocacia, e ter ganhado de meu pai a coleção completa dos livros de jorge luís borges.
Me interessei pelos tigres quando vi a sombra desse saindo de dentro da minha mochila, rosnando contra mim.
Fiquei assustado, mas por fim entendi o tigrês, seu idioma, e sabia que ele apenas me pedia para fechar a janela, pois o vento da américa latina estava deixando seus olhos lagrimejados, e por ser um animal de cores mistas, sentia que isso estava a fazer-lhe mal.
Por vias das dúvidas, com as mãos no crucifixo, agarrei-me as cortinas, e de súbito, com uma força imensurável, fechei a janela, e o vento cessou.
Resolvi batizar o tigre de Tadeu.
Tadeu não se cansava de me acompanhar até a escola, e tenho que confessar que era uma cena ridícula, um homem de trinta anos acompanhado de um tigre na frente da faculdade.
Tentei enxotar-lhe mais de uma vez. Como é de costume dos felinos, deitava-se no chão, como quê a pedir carinho, ronronando alto, fazendo as moças de seios e nádegas enormes se aproximarem e pedirem para passar a mão nele.
A melhor maneira de conseguir uma transa era ter um tigre ao meu lado, aos sábados de noite.
Tadeu se cansou disso, e passou a se esconder dentro do velho guarda-roupa, como que me chamando para encontrá-lo.
Quando não ia procurar, sentia uma garra de leve em minhas pernas, e uma mordidinha me fazia levantar para xinga-lo.
Eu acabava pedindo desculpas, e ele voltava a se esconder no guarda-roupa, como se nada tivesse acontecido.
- A questão é - continuou o juíz. - Onde está o guarda-roupa com o tigre dentro?
- Não existe guarda-roupa - respondi sinceramente.
conto
O juiz disse algo para o escrivão e de súbito, se calou. Minhas mãos tremiam desde agosto, quando o calor parecia não ter fim, e o apocalipse podia ser vivenciado de qualquer esquina, na cidade.
- Pode se levantar, senhor Paulo. Suas acusações não deixam dúvidas. Realmente você teve intenção de analisar o tigre. A questão é...
Pensei que ele estava tendo dificuldade em expressar a ideia de que na minha casa qualquer um poderia acessar outro ponto do universo. As acusações de bruxaria eram ridículas, pelo simples fato de minha casa estar repleta de livros cristãos, e de direito internacional.
Jamais neguei a ninguém a possibilidade de visitar outros mundos, porque quando criança, quando me acostumei a discutir teologia em latim com os duendes de meu quintal, mamãe resolveu não me internar, ainda que eu continuasse contando na escola de pés juntos que havia visto na rua de casa um elefante amarelo, e um casal de flamingos patinadores de gelo.
O caso do tigre não foi tão grave quanto estavam querendo parecer que fosse.
Eu já criava ele há uns sete anos, antes de ter me formado em advocacia, e ter ganhado de meu pai a coleção completa dos livros de jorge luís borges.
Me interessei pelos tigres quando vi a sombra desse saindo de dentro da minha mochila, rosnando contra mim.
Fiquei assustado, mas por fim entendi o tigrês, seu idioma, e sabia que ele apenas me pedia para fechar a janela, pois o vento da américa latina estava deixando seus olhos lagrimejados, e por ser um animal de cores mistas, sentia que isso estava a fazer-lhe mal.
Por vias das dúvidas, com as mãos no crucifixo, agarrei-me as cortinas, e de súbito, com uma força imensurável, fechei a janela, e o vento cessou.
Resolvi batizar o tigre de Tadeu.
Tadeu não se cansava de me acompanhar até a escola, e tenho que confessar que era uma cena ridícula, um homem de trinta anos acompanhado de um tigre na frente da faculdade.
Tentei enxotar-lhe mais de uma vez. Como é de costume dos felinos, deitava-se no chão, como quê a pedir carinho, ronronando alto, fazendo as moças de seios e nádegas enormes se aproximarem e pedirem para passar a mão nele.
A melhor maneira de conseguir uma transa era ter um tigre ao meu lado, aos sábados de noite.
Tadeu se cansou disso, e passou a se esconder dentro do velho guarda-roupa, como que me chamando para encontrá-lo.
Quando não ia procurar, sentia uma garra de leve em minhas pernas, e uma mordidinha me fazia levantar para xinga-lo.
Eu acabava pedindo desculpas, e ele voltava a se esconder no guarda-roupa, como se nada tivesse acontecido.
- A questão é - continuou o juíz. - Onde está o guarda-roupa com o tigre dentro?
- Não existe guarda-roupa - respondi sinceramente.
Ondas Mágicas
Ondas Mágicas
Ondas Mágicas
Dorme as águas profundas
Em um estado cósmico de sonhos.
É preciso seguir o rio.
Ondas Mágicas profundas
Adormecem além das montanhas.
É preciso seguir o rio.
Uma pequena fada de
Asas claras e olhos verdes
Canta refrões numa língua
Misteriosa e mística.
Nessas ondas existe mágicas.
E é preciso seguir o rio.
Perplexo
Se sonho
há um complexo
no infinito durmo
rodeado
de sol
e de estrelas
o espaço
me limito
ao sonho
e a sonhar.
Nós dois
Ela é uma estrela
De olhos verdejantes
Quando nós dois
Do céu ao infinito
Sonhamos juntos.
Os espelhos
De espelhos nascem o
Sonho camuflado de som.
Não há nada no sono
Se não a voz muda do não.
Dormem os olhos e se
Refletem o outono em folhas.
Tristezas de metal
E arestas de outro ser.
Os espelhos são desertos
E silenciosos quando narciso
Não se reflete.
Por isso as lágrimas
São as furiosas palhas
E o sol é apenas uma lua de fogo.
Jasão e Marisa
Jasão
Mas Marisa, aquelas pedras não podem falar.
Marisa
Não há segredo na vida que não seja apregoado nos telhados, aprendi isso na
minha infância entre cabras e árvores.
Jasão
Aquela foice carrega o trigo.
Marisa, aquele cemitério é o esquecimento.
Marisa
Minhas mãos não podem brotar
outro filho que não seja Jacó, ou Esaú.
Jasão
Deixe que a morte responda as questões da vida.
Marisa
E se o mar fica distante, onde vou orientar o navio do meu coração de mulher ?
Jasão
Marisa. As flores não falam e as pedras não choram.
A morte
A morte é uma foice
Sem ternura de metal.
Uma bomba no jardim
Uma fruta sem açúcar.
A morte é um rio
Que segue ao litoral.
A morte é um livro
É a cinzas do paraíso.
Sem ternura
Santiago de Compostela
Um campo de estrelas
O vazio de um rio
Cheio de
Peixes prateados de
Mouros e Açucenas
Santiago
Sonhei com um tesouro
Nas pirâmides egípcias.
No entanto era no meu
Coração que ele repousava
Intacto
Dos sonhos antigos
Dos sonhos eu sou o teu amor.
Existe
Existe um amor pousado nos meus olhos
por ser um sino ele dorme com o ruído do mar e por ser trigo ele dança ao vento do poente
sem se importar com os espelhos de outrora.
Dorme no quarto um coração aflito
sempre fazendo orações as belas rosas.
Existe um arcanjo de asas de petróleo
encarando o touro furioso da morte.
Na cidade existe a água e o deserto
e a lua já não existe por pura conveniência.
O marfim do mar fere o navio
e no ritmo dos pássaros o sol levanta.
Certa vez
Vou adormecer com a noite,
Se o teu coração já não me pertence
Que as estrelas e o poente
Acalmem minha alma doce.
Que olhos me guiarão
Agora nesse escuro abismo?
Se Dante tem Beatriz
E eu não tenho mais ninguém?
Faz frio e o outono diz
Que estas longe de mim.
E por que canta o nilo?
Atravessou a estrada
Molhado de saudade.
E encontro o silêncio em teu lugar.
Adormecer
Se adormeces a
Voz do rio sombrio
Nada mais canta.
Onde estará
O sino que acompanha
O mar ?
Força
A verdadeira força
É o amor
Infinito.
Terra de Myrkur
Nas ondas do Mar
Prateada luz da Aurora
Chama pelas gaivotas
Nos campos de Cellëbror.
Ali no poente hostil
Dormiu a sombra de
Um rei um enorme Dragão.
Ao alçar o vôo com fogo
Seu rugido acordou a todos.
Elfos e Homens se uniram
Contra o Largato gigante
Do Mundo Antigo de Myrkur.
Ruínas deixou esse Dragão
Reinos, bosques, em grande
Desolação e Solidão.
Com armas guerreavam os
Guerreiros valentes, contra a fera
De Coração inclemente.
Tombou o Dragão na
Flecha de Peregrin Aquiles.
Seu riso virou grito,
Suas asas estalaram.
O Dragão foi vencido e
Para o chão foi arremessado.
Com espadas e machados
A fera foi degolada.
Seu fogo se extinguiu
Na escuridão inominada.
Houve paz no Mundo
Ao Norte de Myrkur.
Tudo
Nos becos onde
Dorme o coração
Calado de asas
Ali se põe o mar
O céu o sol o dia.
Amor
Minha flor de tulipas
Minha girassol de oceanos.
Exílio
nos meus exílios
há um sonho complexo;
santiago vencemouros
carregado de estrelas por
um campo cheio de oceanos.
Habitualmente sonho
Uma criança brinca com
A eternidade nas mãos.
Um sol percorre os olhos
Egípcios do horizonte.
Chove a dança da chuva
E um touro espanhol
Colhe espigas e caracóis.
As abelhas e o mar
Abelhinhas do campo
Produzindo o mel
De flechas de colher.
Abelhinhas, não se cansam,
E o mar dança, dança, até
Espumar as ondas.
Término
E termina aqui
O meu coração
De vidro
De vinho
E nasce e floresce
E cresce e decresce
E vira a lua e o tigre
O espelho de mim
O alface a estrela
O sol a pirâmide
Campos e vigas
E tudo pulsa de
Morte e tudo se
Encanta de
Vida.
sábado, 16 de março de 2019
Espelho Fulgente
Espelho Fulgente
Espelho Fulgente
Reflete o amor
Como uma valsa
Estrelas sem dor
Brilhantes alças.
Espelho Fulgente
Camuflado de vidro
Perfume transparente
Rosas e lirios.
Em ti se reflete
O mar e o céu azulado
A ilha imóvel do mar
E toda a nossa dor.
Sonho dos tigres
Sonhei com um tigre
(E eram seus olhos).
Uma tigresa no riacho
Do mar até a África.
Sem nome, espada,
A magia chegou
Até o Oriente, e se
Perdeu no pó ausente.
Chuang Tzu me
Acenava alegremente.
E eu, desperto,
Sonhava com a tigresa.
O Velho e o Mar
Perdido entre o tudo
E o nada, o velho Santiago
Leva seu marlim gigante
Peixe do mar do Caribe
Até sua cabana nas praias
De Havana, em Cuba.
Luta contra tubarões,
Sonhando com leões.
O menino busca o seu café,
Enquanto suas mãos feridas
Se cicatrizam
(Ele tem um travesseiro
de jornais.
Ao amanhecer com luz
É sempre assim. Morre-se.
Não se compreende nada.
Nunca se tem tempo de aprender. Envolvem-nos no jogo.
Ensinam-nos as regras
e à primeira falta matam-nos.
Um homem pode ser destruído,
mas não derrotado.
O meu objectivo é colocar no papel
aquilo que vejo e aquilo que sinto
da mais simples e melhor maneira.
O segredo da sabedoria,
do poder e do conhecimento
é a humildade.
Sempre
Quem tentar possuir uma flor,
verá sua beleza murchando.
Mas quem apenas olhar uma flor
num campo, permanecerá
para sempre com ela.
Aceite o amor: ele não vai ficar
esperando para sempre. Lembre sempre
quem deseja ver o arco-íris,
precisa aprender a gostar da chuva.
Quando se ama não é
preciso entender o
que se passa lá fora,
pois tudo passa a
acontecer dentro de nós.
Versos
Do Oriente de mim
Até teus Olhos de nuvens.
Os sonhos são.
Sonhos.
Poesia
- para naguib mahfouz
A cada poema
Meu a saudade
No coração a Espanha
Bela Viva de Arcanjos
O Egito, as Pirâmides
Decifradas de sorrisos
E Tesouros.
Sim.
Dos versos antigos de Nacib Al-Ahram
Para chegar até o Paraíso
você terá que seguir os sinais.
Deus escreveu no mundo
o caminho que cada homem deve seguir.
É só ler o que ele escreveu para você.
Se Deus conduz tão bem as ovelhas,
também conduzirá muito bem o homem.
Isso porque ás vezes
as coisas mudam na
vida no espaço
de um simples grito,
antes que as pessoas
possam se acostumar com elas.
Vemos o mundo da maneira
que desejamos que as coisas acontecessem, e não da maneira que as coisas acontecem.
Nem todos podem
ver os sonhos da mesma maneira.
Ninguém deixa de
sofrer as consequências
de cada coisa que se
passa debaixo do sol.
Somos nós que alimentamos
a alma do mundo, a terra onde vivemos será melhor ou pior
se formos melhores ou piores.
Aí que entra a força do amor,
porque, quando amamos, sempre
desejamos ser melhores do que somos.
Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra,
seja no meio do deserto, seja no meio das grandes cidades. e quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram,
todo o passado e todo o futuro perdem qualquer importância, e só existe aquele momento. Só.
Não
Não se esqueça
De mim quando
Veres a luz das
Pirâmides egípcias.
Debaixo
Do carvalho
Na Andaluzia
Meu tesouro
É o amor dos
Sonhos da luz
Do dia.
Pode olhar
- Nuvens de olhos
De lágrimas
Vapor de sonhos
Tristeza ou mel
Gelado deserto
- Por que meus
Olhos são assim
Senhor, meu Deus?
Manhã
Quero me perder
Sei que não sou daqui
Onde o mar me espera?
Esperará. Talvez.
Decide
Não esqueça de mim amor meu
Preso nesse amor de oceanos de ondas.
Deixe
Deixe que as
Nuvens te guiem
E o sonho
As pirâmides
Os espelhos
As ciganas
Os arcanjos
Os pastores
Que te decifre..
Mar.
A praça
Cercada por árvores de ventos
Cercada por um céu azul
Que trouxe navalhas e pincéis
Cercada pelo murmúrio de
Alguma coisa indelicada
Uma mensagem selvagem
Um amor feito de metal
Uma estrela de moedas.
Bancos lentos que escutam
Tristes canções de fumaça.
Uma ganância de coisas
Que nenhum pássaro pode
Entender com decência
Porque não usa binóculos.
Praça onde erro porque
Fui até acima, não a central.
Praça onde não existe
Porque não sou e não falo.
Praça onde nada existe
Onde falamos para preenchimento
Do vazio do coração.
Flechas serenas percorrem
O céu e as árvores com
Abelhas insetos cachorros.
Nenhum sinal de tempestade
Para quem a viu o ano todo.
Avaí, interior de São Paulo,
Bauru, composição.