sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Nascimento

Nascimento 🌄🌅🐟 

O dia nasceu,
com poucos cravos,
muitos caramelos,
as janelas fechadas
por causa dos vampiros
foram abertas,
e o rio suspira 
com a ajuda do vento.

Do lado esquerdo do
peito uma imensa campina
suaviza suas flores com
o mel elegante das abelhas:

é a saudade intricada 
ao corpo como um cogumelo,
é a lembrança de que a verdade
não nos pertence 

e que voltamos ao pó
porque o sol nos queima.

O dia chora seu nascimento,
colhendo grãos, fermento,
a areia do topo da vida
é a visão do tempo que
temos. Andamos como
caranguejos na cidade 

nos automóveis, nas casas,
somos potros, lembas, coelhos.
Passamos pelo porto sem saber
se o rio nos sauda ou se ele apenas
diz ao dia amarelo que respiramos:
bom dia, vida.

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