segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Me movo



Nessa tarde fria, em que o mel
não cabe no copo, onde as
nuvens brancas são flocos,
enquanto maiakóvsky é 
lido pelos meus olhos desassossegados,
vejo neruda por cima dos meus sonhos
me acenando com kafka e gabriela mistral,
e nas mãos de uma árvore tombada
vejo os versos lindos de marly de oliveira,
e as gotas cinzentas do recife de joão cabral,
por isso, o sol vai caindo lento como um
camaleão de cores extremas,
e vem batendo no peito uma angústia
de solidões que atravessam espadas e luas.
E mesmo assim a recordação de seus peitos,
a lembrança dos seus braços quentes,
são como gotinhas de água e folhas caindo
até minha alma cheia de
livros e verdades
esquecidas.

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