domingo, 29 de novembro de 2015

o sorriso bonito (letra)

...
o sorriso bonito
do sol paraíso
tudo isso
aquilo
você sabe
o luar
é tão
lindo em
seu olhar
tão belo
secreto
são
os amores
o violão
na mão
o ritmo
do sim
o som
do não
o sorriso
bonito
do sol paraíso
tudo isso
aquilo
você sabe
o luar
é tão
lindo em
seu olhar
tão belo
de manhã
na claridade
da tarde
que parte
de noite
no dia claro
dessa noite
!

(O sonho do amor)

Sonhei com o
   teu 
suave beijo de
                    brisa

e suspirei
    junto da noite
de saudades
da fonte

dos seus lábios.

Olhei e vi o seu
retrato

e sua beleza
de mulher

se refletia
na fonte viva
e branca do
luar

prateado.

(tua
    boca
ama
    da
  mi
 nha
     pa
re
  cia

um
   relâm
pa
   go

di
  vi
no!)
(foto: ilustrativa)

sábado, 28 de novembro de 2015

A transformação -


soneto

Não ladra aos outros a palavra do teu silêncio,
ainda que estejas vivo já sabes que estás morrendo.
Na noite vociferou o luar cretino dos amantes,
foi a eternidade que balbuciou o jorrar do sangue.
Não é a tristeza que consome os meus ossos,
nem o amor que me delira a esse oficio de escrivão.
Basta compor alguns versos sobre a morte
e fazer jorrar a dor como o petróleo ou o carvão.
Mirar a lembrança do teu rosto e sentir que a vida
é feita de transformação, e não poesia.
Melhor seria consultar os videntes
da verdade que nunca se realiza.
Esse mundo é outro, não é o mesmo.
Não ladra aos outros a palavra do teu silêncio.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

o silêncio (conto)

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-Só isso?
- Só!
(foto: ilustrativa)

diálogo qualquer

- Não lembro dela...
- Já esqueceu mesmo?
- Sim. Onde nos vimos pela última vez?
- Uma rua antes de chegar em sua casa...
- De cima? Ou do lado de baixo? 
- De baixo.
- De qualquer jeito eu me lembraria dela.
- Sem dúvida. Talvez você tenha bloqueado a lembrança.
- É possível...
- Sim. Você não lê os evangelhos?
- Não comece com suas citações bíblicas...
- Não se pode esquecer uma loirona de olhos verdes, meu caro.
-É possível se esquecer tudo. É possível esquecer livros, trechos, citações, lembranças diversas. E pessoas também podem se perder na lembrança.
- É a idade.
-Não me insinue que estou com apagões...
-Não insinuei nada. Pode ser que ela se lembre de você.
-Não quer conversar com ela? 
- Não. Gostaria de sair daqui.
- Acho que ela se lembra muito bem de você.
- Não lembro dela.
- Ok.
(foto: ilustrativa)

um verso de amor

Hoje é um dia que passará como todos os dias.
E no meio desse dia haverá outros dias.

E dentro desses variados dias, estará o sorriso
daquela que foi amada sem nenhum aviso.

Os dias passam, correm como  rimas
que escorrem. Mas bem acima
está as lembranças dos amores, 
que nunca foram dissabores. 

Hoje é o dia que passará e nunca chegará
                                                                                         [a findar. 
Continuará sendo o mesmo

E dentro desse mesmo dia 
haverá outros infinitos dias.
E dentro desses infinitos dias

estará o infinito cetro do amor!

suspiros poéticos

Todos os caminhos são
possíveis ao impossível.

Por isso a poesia não é
apenas um abismo,

mais um arco-íris
colorido... Nuvens,
noites, luzes, estrelas

suspiros...

tudo cabe dentro da canção.
Maior do que o mundo,

quem diria, não seria,
a minha poesia e o meu
coração.

Não entenderam a canção
nem o ritmo do poeta.

Ficou a marca de um mo-
mento que passou como
outros e outros momentos.

Quem o registrou?
Deus, a vida, o destino?!

Os olhos do poeta não passam
de olhos de menino...

Todos os caminhos são
possíveis ao impossível.

Por isso a poesia não é
apenas um abismo,

mais um arco-íris
colorido... De nuvens,
noites, luzes, estrelas, 

suspiros...

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O PRIMEIRO SALMO


*                                       
Era a primeira vez que eu notava o sorriso
dela. Nunca havia imaginado que aqueles olhos
tão escuros e belos, pudessem estar sendo dirigidos
para mim. Lá estava ela, sentada na mesa em frente.
A conversa como sempre girava em torno de coisas
triviais, como: aquele ali é um profundo vigarista; 
aquela ali me ajudou num momento de dificuldade;  tal 
e tal foi despedido; tal e tal foi contratado; estamos nessa
crise por que o nosso prefeito roubou; já sabíamos disso, é
claro;  nós somos os únicos que iriamos fazer a diferença na
política. Eu ria, embora nada disso me importava.
Eu olhava de novo para ela, que estava tão perto e tão longe
de mim. Quase um paradoxo. Ela sorria. Não desviava o olhar de mim, embora eu desviasse de vez em quando.
"Coloca outra música, xará! Essa tá batida!" ouvi no canto gritar o homem de cabelos grisalhos no canto da nossa mesa. Falava mais alto do que todos ali.
Mudou-se a música. Ela desviou o olhar, conversando com
a amiga. 
"Dá outra coca pra mim, camarada!", "porra, cê não bebe memo, em?!", "é que ele quer ser padre, não é mesmo?", "como, se ele é protestante?", "nada disso. Só tenho origem judaica-cristã. E gosto desses assuntos", "então vai virar beato mesmo". Há!há!há Sorri e ri junto das irônicas palavras, recordando os versos do Primeiro Salmo.
Ela me olhava, e eu a encarava, desejando saber o que
significava aqueles olhares. Poderia ser apenas que ela
fosse uma mulher que gostasse de sorrir, ou se estivesse
dizendo sem palavras: tome uma atitude, idiota, e venha
falar comigo.
 Assim a noite passava, em conversas, risos, e inúmeras
gracinhas. Vi, quando ela se levantou e foi com a amiga,
ainda sorrindo, e entrou num carro preto, desaparecendo
na esquina.
Eu, bocejando e com sono, entrei em meu carro,
contente por tudo ter acontecido e por nada ter acontecido.
Ia recitando para mim mesmo em voz baixa o primeiro Salmo: bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselhos dos impios...
(foto: ilustrativa)
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

DISTRAÇÃO


Não há verso mais vivo do que a vida
Por isso faço poesia
Não sei fazer estrelas
Quem sabe um dia eu as poderei criar
Criar, criar, criar, não me canso de imitar
A originalidade é a verdade do poeta
Por isso no meio do caminho ainda tem
Aquela maldita pedra. Os novos poentes que 
vão procurar o editor na escuridão.
Eu, lavo as mãos pro destino: o que
pintar eu borro por cima com o verde do meu grito.

quase um tanka


______________

i
amanheceu o dia
eu amanheci em palavras
e a vida amanheceu para si mesma.

ii
a noite e o crepúsculo
e os sonhos e os destinos:
alguém amou, alguém sorriu.

iii
lágrimas e outros sons
menos ruídos menos delírios
alguém disse o esquecido...

iv
com o pouco
se constrói
o muito!

v
a imaginação imagina
o possível do impossível

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

um poema

Quero fazer um poema
que não seja bem um poema
não que entre em dilema
quero fazer algo que seja
mais do que um poema

Teria a forma de um poema
mais seria um pequeno lema
seria mais do que um poema
mais não teria, infelizmente, 

nenhum tema

mais como seria esse poema?
nasceria de algum tema? qual
seria o meu lema? não nasceu
tal poema: sobrou esse. 

Quem quiser gostar
                                          que goste...

sábado, 21 de novembro de 2015

silêncio...

Os teus olhos de por-do-sol
me contemplaram dentro

da noite silenciosa das águas
do oceano vermelho das

nuvens brancas do dia...

Era o amor que brilhava
como tocha viva em sua ardente
boca e em tua nudez de mulher...

Nudez eterna da amada desejada
como a nudez do relâmpago e do sol

Ó auroras angelicais, ó celestial musa que 
preenchem o infinito...

Olhai para a minha amiga como quem olha
para os mais belos lírios no exílio do campo.


(só isso e mais nada me resta para
te entregar).
(foto: ilustrativa)

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Sonneto da avermelhada estrela


Seu sorriso é o enigma
do dia. Eu sei, minha donzela,
a noite estrelada
Descansa em seus lábios...

Eu só posso vê-la iluminada de
Rima e luz nos meus
sonhos místicos. As lágrimas
Do amor me cobriu como as mãos do E'terno.

Eu sei, minha donzela, 
o tempo ea vida estão em outras mãos 
que não as minhas.

Pulsa e bate o coração de um poeta 
Na noite profunda
Surge a harpa sagrada da melodia

que

inspira seu misterioso sorriso
na canção da mensagem angelical ...


A mensagem do tigre

O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha ... (Gênesis 2:25). 

                    

                *
Sonhei com o seu sorriso
    iluminando-me da
        escuridão.

      Ó rosa rubra
   eras a fonte do
                próprio destino do
                               amor.


Naquele sonho
eu nada mais era
do que o próprio
Adão.

Confuso
vagava entre
seres inomináveis
da minha recém-despertada
imaginação.

         Não estavas lá,
                     é claro.


Apenas o Silêncio
e a Eternidade Suprema
me acompanhava.


Até que um jorro de luz
delirou-me e adormeci.
E mesmo sentindo dores
despertei


e vi sua silhueta ardente como
uma estrela
reluzindo
entre as flores
mais belas do campo.


E tu,                 cheia de amor, 


                                                  [Iluminou-me
                                            os olhos para sempre...


(foto: ilustrativa)



SONETO IV

A casa é a manhã onde
o amor e a aurora de tua
boca de espuma marinha
descansa do vento da vida.

Não há outro mar  se não o
mar negro dos teus belos olhos.
Não há espuma mais pura e doce
fora da espuma dos teus lábios de macieira.

Durmo e sonho todo o dia
com o rio suave de sua
voz de estrela adormecida.

E para tuas mãos dou-te as
rimas da minha melodia
nesse amor puro e cheio de ousadia.
(foto: ilustrativa)