A REVELAÇÃO DO POEMAO poema se revelaem silêncio.Quase tímido, se abre,mostrando-se em partes.Revela o que quer revelar:a coisa exposta no quadro do museu.O poeta é simples cirurgiãoque contempla a obra feita.A obra está exposta no museu-palavra, no museu-livro,...e se veste a roupa que faltavao poema se movimenta como peixe...
Quase um poema
me nasce; ai, se o coração falasse.
Se nascesse de parto natural
o poema riria.
O coração ri, na sua pergunta dúbia:
como seria a risada da poesia?
Não há risada
no nascimento de nada.
Como planta o poema cresce.
Tinta, quase semente no papel.
O ENGENDRAR DO POEMAo poema não quer nascer;ele está dentro do ser, engasgado.ele precisa nascer, tomando formapara crescer aos lados.o poema não quer nascer;ele quer se criar, se conhecer.a cada golpe suave do martelo/tintasobre o papel branco, suas cicatrizesgritam: estou aqui, vindo, diz sem engasgo.o poema não quer nascer;ele se faz como que forçado.não sabe se sente ou não-sente.e vai o poema se engendrando, como árvore crescendo....
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