quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Sonhei que
eu pegava fogo
e que alguém gritava.
Ninguém me ouvia.

Sonhei que éramos
Todos, gênios da literatura.
Eu falava russo e ela ouvia tudo em coreano.

Sonhei
que eu ficava cego
E alguém me explicava
Que o amor é o sofrimento de tudo.

Sonhei que íamos
Para uma ilha deserta
E lá bebiamos coca-cola
e transávamos à beira-do-mar.
Eu era um ouriço nesse tempo de tristeza.

Sonhei que alguém me forçava
a ler um livro de memórias de hitler
E notei que meus professores todos eram soldados nazistas.

Sonhei
com três ou cinco poetas mortos no escuro de uma casa
da França.
Eles discutiamo poesia com um romancista: um imenso tédio.

Sonhei que eu libertava
o homem de todo o
mal do mundo. Deus me crucificou; eu estava sonhando...

Sonhei que eu era um teólogo
E que eu cultivava a alegria em um frasco.

Sonhei que eu era muito pobre
E só comia raparigas depois do expediente.
O meu chefe me aconselhou: use camisinha, por favor!

Sonhei
que eu era um papa
E todo mundo ouvia o meu discurso.
Eu estava feliz nesse momento.

Sonhei que eu ia
para a França conhecer
Sartre. Ele me abraçou dizendo: _ SUa poesia é pior que toda filosofia do mundo!

Sonhei que eu
Conversava com Klébnikov
E ele me aconselhava a viver
por que a morte era triste. Eu morria, a cada palavra que ele me dizia, chorando.

Sonhei
que alguém me matava.
Eu mesmo era o detetive do
Meu assassinato...

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