Eu sou pequeno, pequeno,
pequeno mais te assusto; você não tem dó de mim, quando me vê grita, e eu me
lixo para o que você está dizendo. Não sou um monstro como dizem, não conhece o
"Drácula" que me contaram. Mais quando eu abro minhas asas e voo pela
escuridão, eu vejo o asfalto desse lugar e me enjoo de solidão. O meu tamanho
não é importante, certa vez o caranguejo perguntou se eu costumava a escutar o
que faziam os pombos nas altas horas de madrugada. Quase tentaram me queimar,
certa vez, quando adentrei um porão escuro, friso e confortável para a minha
pele de aventureiro. Eu não fumo querosene como aquele meu irmão, e ele acabou
sendo queimado tristemente. Eu fujo, fujo para onde minhas asas querem me levar
a fugir. Não entendo nenhum significado do mundo, e quando quero deitar-me
sobre as folhas, eu mesmo busco me desviar de pesadelos. Eu juro MAMÃE, eu não
sou um rato velho! Porque sou tão associado à escuridão? Ontem, por exemplo,
jogaram pedra na minha pousada, e fui me defender como qualquer ser o faria.
Ah, tenha dó: a minha estatura é tão normal quanto a sua, deixa de loucura. Um
gafanhoto só de me ver se escondeu sobre a rocha languida sem nenhum líquen a
lhe estampar a beleza. Porém não fui capaz de afrontar aquele sapo imenso. Tudo
bem, se é assim que você me vê, não tem nada de anormal, mas juro que não vou
transformá-lo em um ser esquisito, aliás, somos quase irmão mamífero. Assim
somos nós, talvez nós dissesse ao ornitorrinco. Eu sou pequeno, pequeno,
pequeno mais te assusto. Ah, tenha dó: eu sou um só!
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