A bomba explodiu sobre mim: desfez meu nome,
devastou minha filosofia em cinza fria.
Peitos, seios, vaginas — memória e fome —
voaram no vento mudo da agonia.
Onde eu estava? Entre ruínas de homem,
procurando no pó a luz que me seguia.
No ar queimado ainda ecoa um velho tome:
meu corpo antigo, que já não mais me guia.
E o darma, esse fio sutil que nos sustenta,
ergue do nada um sopro que inventa
a dor que somos e o que resta ser.
Ó noite partida, ensina-me o que tenta
renascer do estilhaço — lenta, lenta —
para que eu aprenda a sofrer… e florescer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário