para cesaria évora
vou para cabo verde
devagar como quem segue
o chamado do vento morno
que canta nas ilhas
olhar a lua negra dos olhos dela
essa lua que não se esconde
que acende marés no meu peito
e me guía pela noite inteira
ela, a negra verde, a luz verde
mistério de porto antigo
cheiro de sal na pele
voz que dói e afaga
e eu vou
porque coração não sabe ficar
quando escuta morna no sangue
e sente o chão balançar
vou amar ela para sempre, juro
mesmo que o mar mude de nome
mesmo que a saudade cresça
como sombra de tamarindeiro
que o vento leve meu canto
até os passos dela
e diga baixinho:
meu amor ficou nas ilhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário