segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Dois poemas eróticos

1

A Morena


Teu corpo é um rio de mel escuro,

e eu mergulho sem medo na corrente.

A pele morena, febre e pecado,

me acende como fogo em madeira úmida.

Teus seios — dois frutos noturnos —

me ofertam o gosto proibido,

e tua boca, vinho derramado,

me embriaga até o silêncio.

Entre tuas coxas, a noite se abre,

floresta secreta onde me perco.

A respiração é marulhar de ondas,

cada gemido um trovão que rasga o mundo.

Morena, és o altar onde rezo de joelhos,

és o corpo que me salva e me condena,

és carne, incenso e vertigem.

Teu suor é minha oração.

E quando amanhece,

tua sombra ainda pulsa em mim,

como se teu desejo fosse tatuagem

que nenhuma manhã consegue apagar.



🌙🌙🌙🌙



2

A Loira


Tua pele clara é chama pálida,

um lume que arde sem pressa,

escorrendo luz pelas frestas da noite.


Teus cabelos, fios de sol desatado,

caem sobre meu peito como serpentes douradas,

enredando-me na febre do desejo.


A Loira, altar de delírio:

teus lábios são vinho claro,

queimando minha língua com a doçura do veneno.


Teus seios — luas de marfim —

me acolhem na claridade proibida,

e tua cintura é maré,

me arrastando sem retorno.


Entre tuas coxas, a aurora explode,

um clarão onde me perco,

onde todo o corpo é incêndio,

e a respiração, tempestade.


E quando a manhã se abre,

ainda sinto teu sabor na minha boca,

tua marca no meu corpo,

como se o amor fosse fogo

e eu, apenas cinza que suspira.





Nenhum comentário:

Postar um comentário