Mulher, és a uva
que se esconde nos vinhedos
sob o sol impiedoso do verão,
coroada de verdes e sombras,
perfumada de promessa.
Teus dedos são cachos que tremem
na manhã,
teu corpo, fruto pesado
que espera a língua da terra
para ceder seu néctar.
E eu, sedento,
te bebo como o vinho,
devoro tua cor profunda,
me embriago de ti,
teu gosto prende minha alma
num giro lento de êxtase.
Uva que explode em boca,
vinho que arde na garganta,
mulher que se faz festa e dor,
inundas meus sentidos
até que eu esqueça o mundo
e só reste teu corpo-fermento,
tua carne-vidro,
tua alma-vinho.
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