quarta-feira, 2 de julho de 2025

noite

para a sombra dela, m, que passou por minha alma 


turva voz

que se perde

nas selvas

nos morros das favelas

nas cidades

nas casas


há nuvens brancas

no céu que se tornam

lindas tempestades


pequenas gotas serenas

caem em nossos rostos

selvagens e latinos


a menina hispânica fala comigo

na empresa imperialista

onde trabalhamos como

escravos para ganharmos o

pouco 


trabalho

trabalho

trabalho

e o suor fala alguma coisa

alguma coisa

que some

que late

que vira uma sombra


e por fim

adormece

no meu peito

e no seu coração


azulado.

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