No coração da cidade, sob luzes de neon,
Desfilava uma beldade, com tons da noite,
Uma travesti, negra como a asa de um corvo,
Sua presença, uma sinfonia, uma canção para cantar.
Seus olhos, como estrelas que brilham no céu,
Refletiam sonhos que ainda não haviam passado,
Seus lábios, como cerejas maduras e doces,
Uma promessa de amor, a pulsação de um coração.
Ela se movia com graça, uma dançarina divina,
Seus passos ecoando através do tempo,
Um espetáculo para ser visto, uma visão tão rara,
Um espetáculo incomparável.
No entanto, havia alguém que não conseguia ver,
A beleza que se estendia diante dele, ele,
Um homem preconceituoso, cego ao charme dela,
Seu coração congelado, sua alma alarmada.
Ele via apenas a diferença, a alteridade dela,
Ignorando sua essência, sua beleza,
Ele a desprezava por ser diferente, por ser única,
Por ser um travesti, negro e queer.
Mas ela, ela se mantinha firme, de cabeça erguida,
Imperturbável diante do olhar cruel e odioso dele,
Pois ela conhecia seu valor, conhecia seu poder,
Ela era mais do que apenas uma flor.
Ela era uma tempestade, feroz e selvagem,
Uma força a ser reconhecida, indomável e vil,
Ela era uma fênix, renascendo das cinzas,
Um símbolo de esperança, um farol de clarões.
Ela dançava pela vida, com paixão e entusiasmo,
Vivendo cada momento, vivendo o seu melhor,
Ela amava sem medo, ria sem vergonha,
Ela vivia sua verdade, jogava seu jogo.
E embora alguns possam julgar, alguns possam zombar,
Alguns podem xingá-la, alguns podem bater,
Ela permanece despreocupada, sem medo,
Uma travesti, negra, e orgulhosa ela permaneceu.
Então, um brinde a ela, uma rainha guerreira,
Uma travesti, negra, bela, serena,
Que possamos aprender com ela, que possamos crescer,
Para abraçar nossas diferenças, para deixá-las transparecer.
Pois na diversidade reside nossa força,
Nossa unidade, nossa extensão coletiva,
Vamos celebrar nossas diferenças,
Abracemos nossa singularidade, sem fingimentos.
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