terça-feira, 4 de março de 2025

Consolo decadentista

 Nada que o tempo

esse engenheiro de destruições

não possa me explicar.

Tedio! Tédio! Tédio!

E o vapor da vida em

cigarros assoprados por outros

sem metafísicas que vejo na rua.

Meu Deus, é assim ser abandonado

por ti em uma cruz pendurado?

Passo entre o céu e o matagal,

entre casas pobres e gentes pobres.

Eu mesmo, meu Deus, sou pobre,

e dentro de mim a riqueza da vida

não enobrece meu coração de forma alguma...

Tudo dói, tudo é dor!

AH, estou farto de metaforas e gentes.

Estou cansado de cachorros e pessoas.

Queria existir como as nuvens por breves

tempos e se desfazer no nada,

ou quem sabe virar tempestade

e assolar a terra imóvel.

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