A CHUVA
(um poema cubista)
A
chuva
caindo
minúscula
na cidade
GRANDE
e eu
na janela
sonhando em dólares
sonhando em reais
sem um vintém no bolso
a chuva vai
molhando
as
minhas lembranças
de sarampo
e eu vou ouvindo
o relinchar
de um cavalo
manco.
Do outro lado a
linda travesti morena
passa
com o guarda chuva aberto
e uma abelha
de certo
dorme de terno.
Lá dentro de casa
está uma barata.
E um rató roeu
a roupa do rei de Roma.
Amor é o que falta
para os nossos dias atuais.
A chuva gota a gota
me enche de esperança
de não me
masturbar mais.
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