quinta-feira, 7 de março de 2024

Confidência do Adamantinense

 

Confidência do Adamantinense

para minha mãe e meus famíliares 

Alguns anos vivi em Adamantina.
Acho que mais ainda, nasci em Adamantina
Por isso sou triste, orgulhoso: de terra.
Noventa por cento de gente nas calçadas.
Oitenta por cento de gente dentro de suas casas. 

Simples casinhas, ai como dói a saudade da casa.

E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

A vontade de amar, ,
Me vem de Adamantina, de suas noites brancas, das suas belas mulheres e o horizonte na janela.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança de Adamantina.

De Adamantina eu trouxe prendas diversas que ora ofereço:
este café do cafezal de Adamantina, futuro ouro e aço puro do Brasil;
este catolicismo que não entra no meu Judaísmo-protestante;
este quadro abstrato lógico concreto estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa que carrego na alma Judaica.

Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou desenhista e trabalho em um fast-food.
Adamantina é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói! carregar todo esse

[sentimento do mundo dentro do peito alheio de adamantinense]

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