É possível escrever com alguém as suas costas? É impossível. É como ter uma sombra me agonizando o tempo todo. Não posso. Sou o poeta do minucioso. Não quero ser visto, não quero que ninguém me veja escrevendo. Preciso respirar a solidão para compor multidões de alegrias. Você, que me entende, saberá que quando componho uma rosa ou uma mariposa, tenho nas mãos o fruto do bem e do mal de nossos primeiros pais, Adão e Eva. E isso não é um dilema. É uma necessidade. Por isso escrevo versos, e poderia fazer isso com a graça de Deus até o fim dos meus dias, ou até a necessidade aguda do infinito.
Olhem, vejam bem, eu não gosto muito de me estender em assuntos do qual não sei nada. Por isso a minha prosa é melancólica como um caracol sem casa. Quando começo a galopar nas ondas da escrita, tudo e nada podem ser lidos nas minhas palavras. Isso é um mistério que tenho com a natureza e com o vento.Por isso, se duvidam de mim como um homem, que saibam que sou um sátiro, um fauno alegre, e não vejo a hora de começar o chá.
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