Eu ainda te pego vida

Eu ainda te pego vida

- artigo

Por Noah Zabulon Allen 

  Nós estamos aqui nesse planetinha chamado terra, eu, ela, ele, nós todos. Cada um tentando suportar uns aos outros.  É como se precisássemos dividir o mesmo aparelho de ar, e alguns sacanas fica  tentando desligar o nosso para que possam respirar mais (sim, eu chamaria esses de filhos da puta burgueses, obrigado).

A vida seria uma coisa muito boa, se não tivesse no seu conjunto de derivações muitas coisas que fazem minha alma arder como um buraco cheio de pimentas (sem referências sexuais, por favor). Basta citar três coisas: a morte, a impotência, e o frio.

A morte por si mesma já é horrível. Eu não quero morrer, e tenho raiva de quem morre. Isso porque a morte é como uma fila. Cada vez que um sendo chamado vai, o outro tem que passar pra frente. 

As outras duas coisas que tornam a vida uma tragédia (do ponto de vista mais ortodoxo ela pode ser vista como uma tragicomédia), são muito piores que a morte. Morrendo talvez você não passe vergonha. Como assim? Muito simples. Imagine que você sofra um infarto na hora em que está tentando por para fora uma imensa macarronada recém transformada em matéria bruta para ser expelida pelo... Vocês sabem, você será encontrado todo cagado, mas não vai se dar conta do vexame porque já vai estar morto. Quem te encontrar poderá chorar rios de lágrimas, só que sempre que se lembrar de você melado de bosta vai cair na gargalhada, e talvez em uma reunião familiar diga uma piada: ele morreu todo cagado.

Agora imagine a impotência. Broxar na frente da pessoa que você gosta é a tristeza das tristezas. Os homens preferem se explodir a broxarem na cama. Ah, a vergonha de saber que o mastro não vai pra frente no momento em que a pista de pouso já está liberada!

Broxar é como se alguém estivesse se afogando no oceano, e viesse um filha da puta num bote salva vidas que ao invés de estender a mão vai e te joga um copo de água pensando que você está com sede.

O frio é o momento vergonhoso da masculinidade diante da superioridade da feminilidade. Encolher é uma palavra que jamais vai assustar os peitos das fêmeas. Poderão dizer: a mulher é o sexo frágil. Mas elas irão responder: então por que é que  no frio o sexo forte fica tão pequeno? 

Como diria eu inspirado em shakespeare: é a vida!  e  é bonita! é bonita!