Vai, vem, traz a voz que quero ouvir
das águas da chuva ou do sol tenebroso
traz meus rancores e meus dons que vão
se esquecer entre nossas mãos pequenas.
Vamos, vem, carrega minha alma para
os montes, para as cidades ou para os
campos tão distantes, vai, vem, canta
comigo uma canção de dunas e rochas,
serafins acompanhados de violinos
pelo céu imóvel e prateado irão levando
asnos e jumentos como carros alegóricos
em nossas roupas de festins e chumbo grosso.
Dentro de meus olhos não terá nada:
nem lua, nem pranto.
Serei esquecido entre os gaviões e
ficarei alegre de ser o calendário das
raposas.
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