Saber de algo saber

Você que está ouvindo
A minha voz de plumas
Não a está ouvindo, não 
Se preocupem, ninguém
Entende quando o seu pai
Diz que dia a dia sua cabeça
Esta maluca. 

Não, não chore por mim
Lágrimas de carmesim nem
Lagartixas em forma de tarântulas.
Eu sei de mim mesmo 
Porque essa cidade é uma cidade 
Morta 

Que amaldiçoou Avaí para essa
Cidade ser tão inútil e desgraçada?
Foram os salvos ou os naufrágios?
Os mouros não estão aqui 
E o único judeu aqui está sem
Moedas de ouro. Não vou culpar
Os gentios, coitados, já são miseráveis
De mais.

Agora que o tambor está soando
Vós que entrai pelos pastores saibam
Que o touro é sangue, a água é cobre,
O vento é o destino, e eu sou apenas
Um esqueleto que escreve versos de
Amor (os mais pobres).