quarta-feira, 25 de setembro de 2019
Poema descritivo de Willy Lewin
O mesmo que falar com
um fantasma.
Arrodeado de fantasmas
que se falam mais não me
falam nada.
Arrodeado
de fantasmas com mil bocas.
Quantas
cabeças? Mil corações.
Fantasmas que carregam
seus remédios como um
poeta. Por que Ferreira Gullar
não me respondem?
Estou morto como o algodão?
Sou um dragão? Um grão?
Quando pergunto são como
o suspiro de nada.
Estou pagando meus cem mil pecados
por esses fantasmas não me responderem,
ou porque o trabalho não aparece como o
sal e o sol da escravidão vão me julgar
esses mortos com suas agulhas?
O mesmo que falar sem voz,
ouvindo com ruídos o som que
só Frank Zappa poderia compor.
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