domingo, 23 de junho de 2019

O Pequeno Loysä


   O Pequeno Loysä era um guerreiro nobre e bondoso, muito bom em caçar dragões de fogo no Norte da Lua.
       Ele usava um escudo feito de prata e uma espada muito afiada que tinha o nome de Luminosa.
  Essa espada era chamada assim porque sempre que uma criatura das trevas aparecia perto da cabana onde Loysä morava com sua esposa, ela brilhava com uma cor azul como se fosse uma estrela brilhante do espaço sideral.
  Loysä era amigo do Sr. Texugo, da Dona Raposa e do pescador Tom Folha--Verde.
Sempre de tarde quando não tinha o que fazer, Loysä ia para a casa de Tom, onde tomava chá.
 Às vezes ele comia até um pão com presunto. Depois eles iam de sentar na varanda, onde conversavam muito, e recitavam poesias antigas um para o outro, até a lua aparecer no céu.

A esposa de Loysä era uma elfa muito bonita e alta, de olhos bem escuros que de noite brilhavam como a espada Luminosa.

Ela se chamava Kittilis, e era muito gentil e bondosa com as criaturinhas da floresta.

 Loysä e Kittilis se amavam muito, e viviam contentes e sempre que aparecia um dragão no céu ameaçando a floresta, Loysä dava um jeito nele.

Nos Tempos Antigos, Nas Eras das Fadas

Existiu um tempo no nosso mundo, Nos Tempos Antigos, Nas Eras das Fadas, em que as coisas que vemos não eram do jeito que estão hoje. Por exemplo, antigamente os animais falavam com os elfos, e viviam em casas como as nossas.

Os elfos eram seres sábios, poetas e artifícis, construíam muitas coisas bonitas que nos nossos dias já não existem mais, e que no entanto, os seres humanos ainda conseguem imitar um pouco da arte desses seres antigos e nobres.

A natureza também não era como hoje, porque muitas árvores podiam andar, se movendo para qualquer direção que quisesse. Elas tinhas mãos e pés, embora essas mãos lembravam toras imensas, e seus pés, raízes.

  Nas lembranças mais antigas, todos se lembram do Velho-Salgueiro-Homem, um ser espiritual em forma de Salgueiro, que morava a beira do Rio Brindavain, e protegia todos os que moravam as margens do rio. Ele era muito sábio, forte, embora de vez em quando fosse muito arrogante, e gostasse de dormir por muitos dias. Vivia vagando pelas flores, protegendo as árvores dos lenhadores maus, e dos outros que viviam atacando os animaizinhos indefesos.

O planeta também não era redondo como sabemos, e sim,plano. Por isso muitos seres e humanos se acostumaram a chamar esse mundo de Terra-Plana, em geral para se denominar o continente, que era um só numa camada espessa de terra de diâmetros muito grande cercado pelo Oceano.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Sossegue



Sossegue
O seu coração
Montanhas são assim
Elas vem e vão

Escuta uma canção
Que vai do fundo do seu
Coração

Me leve ao paraíso
Me deixe
Esquecido
Aguenta um pouco mais
Aquela noite já se foi
Um bom rapaz

Que te ama
Como a luz das estrelas
Que te quer
Como a poesia inteira
Que te beija
Na luz do luar
Que te deseja
Até debaixo do mar

O meu coração
Reflexo da sua boca
Um imenso dragão
A minha vida toda
Eu sei que o amor
Tem dessas coisas

Então eu sei
Que te amo
Eu te amo
Sei que amo
Já te amo

Meu amorzinho
Com limão e laranja.

Avalanche



Apenas o momento
Em que dizemos tudo

Já que o mundo mudou, 
Na água, 
Na terra, 
No ar.

Além do que foi perdido,
Enquanto os  que se lembram,
Já não estão mais vivos.

Vamos



Vamos nós todos,
Para aquele Reino sem nome,
Nas gramas dos ventos
Ao norte do sul ao sul
Do norte estaremos nós todos.

Abrantes, peregrinos,
Nas caravelas das fadas.
Andemos com as mãos
Atadas em melodias,
Que o sol nos seja apenas
Uma imensa lamparina vazia.

Do outro lado do rio
Os povos ali nos esperam:
Centauros com livros,
Faunos com flautas,
Minotauros com gritos,
Ninfas subaquáticas.

Chave



Essa é a chave do amor
Que me move, que me dá
Força, Fé e Vida.
Nas portas do meu coração
Descansa a porta aberta
Onde entram nuvens e luz.
Essa é a chave do amor.
Entrai, sem esperança.

Manhã



 O sol nasce
Como o rio engendra o mar
Em cima do galpão
As aves de rapinas
No horizonte as canas
No meu aflito coração
A esperança despedaçada
Pelo vidro do amor
Pela muralha da paixão
Pelos beijos da noite escura
Onde a flecha solar ofende
 A noite e a escuridão.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Vivendo o amor



 Eu não te vi
E eu te amei
Eu não te ouvi
E eu te escutei
Eu não te abracei
E te senti

 Era a aurora
E eu te vi
Era a noite fria
E eu te escutei
A montanha queimava
Eu te abracei

 E por isso sei
Que o amor vivi

Versos de Yeats



Eu esqueci meu passado
Com grande descrença.
Houve luares, vulcões,
E ilusões imensas.

Abri meus olhos e a
Espada cega me acertou
E dentro da alma 
Um sonho voltou.

Não esqueci 
E esqueço como a luz
A árvore que foi cortada
A pedra que foi jogada
O amor que nunca raiou.

O Dragão na Chuva




   Beatriz estava olhando pela janela as gotinhas da chuva deslizando pelo vidro até chegarem na madeira da casa. Ela era uma menina muito bonita, branca, olhos de um verde muito vivo, cabelos ruivos. 
 A tempestade tinha começado no dia anterior, quando ela ainda estava dormindo. Tom, seu irmão, já tinha ido para escola. Sua mãe estava sentada, tomando uma xícara de café e comendo um pedaço de torrada.

- Mamãe, será que o papai vai demorar para chegar hoje? -Ela perguntou.

-Nao sei, Beatriz -disse sua mãe. - Acho que ele vai chegar mais tarde. Graças a Deus ele está tendo horas extras.

- E isso é bom? -Perguntou Beatriz.

- Sim minha filha - disse sua mãe. - Isso é muito ótimo. Isso ajuda no nosso orçamento. Isso é coisa para adultos. Você é ainda muito pequena.

 Beatriz voltou sua atenção para a chuva lá fora. Ela não tinha ficado nada contente com sua mãe chamando ela de pequena. Ela podia entender de muitas coisas, afinal, era uma das melhores alunas na turma de matemática da escola.

Foi então que Beatriz notou que o dragão que seu avô tinha trazido de aniversário para ela estava na chuva. 
Ele era um dragão de cor azul, muito grande, semelhante a um crocodilo. Ele estava voando de um lado para o outro, contente, embora os dragões geralmente não gostem de ficar na chuva por causa do seu fogo interior.

-O que ele está fazendo na chuva? -ela pensou. - Eu prendi ele ontem na casinha dele. Acho que ele conseguiu escapar da corrente de lagartixas de fogo.

O dragão parecia escutar os pensamentos dela. Ele olhou para ela com aquele tipo de olhar que os adultos fazem para nós, quando quebramos alguma vidraça com a bola de futebol. Beatriz achou engraçado, e apontou para o dragão, que se sentiu ofendido. E de raiva começou a bufar faiscas de fogo, que evaporavam por causa da chuva que caía.

- Olhe aqui, mamãe. O dragão que o vovô me deu de presente está tentando te imitar.

- Filha, não deixe o dragão por muito tempo na chuva - disse sua mãe.- Ele pode pegar um resfriado.

- Pensei que os dragões fossem resistentes a esse tipo de doença - disse Beatriz, animada. - O vovô disse que eles gostam de água.

- Eu já tive um dragão de fogo - disse sua mãe. - Eles não são resistentes a água como os dragões de gelo. Esse que você ganhou pode ter cor azul, mas ele é da espécie de dragões que cospem fogo. Esses não gostam de água de jeito nenhum! 

 Beatriz olhou de novo o dragão que agora estava puxando o rabo do cachorro são-bernardo. Não para implicar com ele. Só estava fazendo isso para que o cachorro saísse da sua casinha para brincar também na chuva.

- Esse dragão gosta de amolar o cachorro - disse Beatriz. - É melhor eu colocar ele pra dentro.

A mordida



-Nunca acreditei em espíritos. Nasci em uma casa muito religiosa, mesmo assim jamais fui religioso. Não acreditava em nada, quer fosse duendes, trolls, papai Noel, ou fadas. Na escola eu era um bom matemático. Guardei alguns amores nesse tempo. Os amigos, como sempre, eram todos brincalhões. Começaram com a história da loira do banheiro.

- Não acredito nessas coisas bobas.

- Se não acredita, vai no espelho, chama pela loira do banheiro três vezes. Se você for corajoso é claro.

E lá ia eu com meu penteado de boi lambeu, minhas roupas engomadas, ficar na frente do espelho rachado do banheiro da escola e falar o que eles disseram. Nada acontecia. E mais incrédulo eu era com todas essas bobagens.

Fiquei ouvindo as lendas e histórias que meus amigos contavam ao redor da fogueira, quando  íamos caçar. Já não éramos crianças. Eu gargalhava muito com a superstição tola deles, um viu um saci, o outro foi perseguido por um caipora. Um havia levantado para tomar água e viu de relance na janela a figura de um lobisomem. E outro jurava que uma sereia tentará arrastar seu barco para o fundo do oceano.

Ouvia com gosto essas histórias. Tolas, sinceras, vinda de gente que acreditava mesmo no que estava contando. Eu estava acostumado a falar um provérbio que inventei: de tanto contarem esses causos vocês já tão acreditando que são verdadeiros.
Eles debochavam de mim.

Não me casei. Morava sozinho em uma casa muito bonita. Um dia, peguei uma maçã e coloquei no quarto para depois comer antes de dormir. E pensei em voz alta, "já imaginou, algum espírito, ou ser, vir dar uma mordida nessa maçã?"
Abanei a cabeça, diante da tolice que estava pensando. Fechei a porta, e fui no banheiro.

 Quando voltei a maçã estava com uma mordida.

Imagino que tenha sido um rato.
Talvez.

domingo, 16 de junho de 2019

Não acorde um dragão sonolento



O Velho Dragão foi acordado
Pelo barulho irritante do vento
Do outro lado. Levantou com as
Asas que nem um furacão.
Abriu os olhos sem pálpebras,
Cuspiu fogo no chão. Bateu a
Imensa cauda e disse pensativo:
"Quem foi que me acordou?"

Levantou voo com suas asas.
Uma formosa, a outra rasgada.
Dava pra ver do vale dos duendes,
Sua cor alaranjada, seu vermelho
Ausente, brilhando como fogo,
Refletindo o sol no dorso. Seus
Olhos remelados de verde. Parecia sonolento Ou estava bem doente.

"Quem me acordou?", trovejou o
Dragão pelo Vale dos Elfos, "Eu 
Quero saber, tenho esse direito.
Eu quando durmo, não incomodo
Ninguém. Não roubo tesouros,
Não mato guerreiros, não enfrento
Reis. Simplesmente durmo na minha
Caverna. Não cuspo fogo. Não 

Crio encrencas". 
O bom Tom-pescador 
Foi falar com o dragão 

Irritado. 

"Foi o barulho do
Vento que te fez
Ficar acordado".

O Velho Dragão subiu então
Para a lua. "Não vou ser
Incomodado por ninguém aqui.
Estou sonolento, e aqui vou dormir".



Mazal Tov



Oh! o coração! Oh! o caminho unido!
Oh! as cores no escuro!
Oh! As asas transparentes do mel dourado voando!
Oh! a música dos pés em viagem - a viagem que dança na luz das estrelas!
Oh! a magia, os destinos!  Oh! o luar aberto dizendo: aqui te felicitamos, mar.

sábado, 15 de junho de 2019

O Troll

I

Velho Troll
Malvado e tosco
Comendo sozinho um velho
Osso.

Reclama e mastiga
Resmunga e geme.
Esse osso velho te
Quebrou um dente.

Velho Troll
Solitário e resmungão.
Levanta muito tarde
Antes que amanheça o sol.


II

Velho Troll mau-humorado
Olhando o luar do abismo.
Cara achatada e pé dobrado
Mastiga um osso de galinha.

Andando sem olhar para cima
Resmunga e fala mal da vida.
Velho Troll mau-humorado
Salta uma poça, tropeça na pedra.


Dia / טאָג

o sol
branco preto
a luz
amarela

a memoria é uma ferida aberta
paz


די זון
שוואַרץ ווייַס
די ליכט
געל

זכּרון איז אַ עפענען ווונד
שלום
di zun
shvarts vays
di likht
gel

zkrun iz a efenen vund
shlum

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Perfumada flor



       Senti o perfume,
O doce aroma
De morango de nuvens,
  Ó doce recado
Das cachoeiras
Do vento e das melodias
       Cinzentas

A Viagem do Marinheiro



Navios de conchas brancas
Em um mar tão grande que
Arrepia o Marinheiro.

O céu é azul e a luz do sol
Se escoa como prata.
Imensas Serpentes ao longe.

Adormecidos gigantes,
Imensas águias de fogo
Compõe a paisagem do Mundo.

O Marinheiro é um elfo
Jovem e guerreiro.
De prata é sua espada.

Seu escudo é dourado
Como a juba de um leão.
Sua malha é de ferro
Como a chuva de verão.

Vai por mares longínquos
Com o navio branco de velas
Coroadas de rosas e lírios.
Da adeus numa canção.

Ondas inelutáveis
Saindo do mar calmo,
Mancham seus olhos
De aventuras formidáveis.

Eleva-se sobre as verdejantes terras
Do interior do Oceano
Montanhas esquecidas

Ilhas sem nome.

Ao sair de águas profundas
O elfo descansa sua espada.
Pelas ilhas vai seu nome.

O que restou do mar?
Não sei. Não sei mais nada.

Melodia



Vamos, é escuro o mar, 
É profundo os sonhos,
Então vamos, vamos com
As águas, como peixes

Vamos, a luz marinha
É verde e azul, algas
Espinhosas irão se tornar
Esponjosas, e vamos enriquecer

Com a maré e venderemos
Como um judeu sábio na Torah
Enriquecidos sais, moedas que
As sereias deixaram para a espuma.

Vamos, vamos, antes que o dia
Cinzento alegre as gaivotas.
Vamos, vamos, antes que as
Embarcações afundem no

Fim do mundo.

Vamos, é escuro o mar,
E nós estamos nos banhando
Para que a melodia popular
Seja isso, então.

O poeta na cidade



Atravesso a cidade sem ser ninguém
E sinto dúvidas e dores, tormentos
Me vem.
Senti essa angústia
No campo, olhei as estrelas
Observei o vento com desdém
E não encontrei alguém.

Pedi ajuda. Claro, fui forçado
A isso pelo corpo, esse astuto
Maquinário da vida que segue
A risca as regras
Naturais que é forçado
A ter (liberdade não existe
Acredite.

Exala uma estranha catinga
Essa cidade
Que parece uma fêdida axila.

A qualquer lado que se queira
Lançar um grito de desespero
Não haverá resposta o ano inteiro.

Uma placa e muitos carros
Passam nessa rua tão carregada
De maldade. A cidade exala isso,
Não é?
A cada passo as coisas se repetem:
Casas de madeira, casinhas de tijolo,
Gente, gente, gente, como ninguém
Enjoa de ver gente ?







Decifrou



Esse sol na beira do cosmo
  O som talhador de um estouro
Pessoas e o mar e o céu 
Hábito palavras, sincero.

Permitido te amar



Não, não me corrija,
Se eu estiver certo aquelas ilhas 
Fazem parte do poente
Como as panteras.
Não quis dizer em nenhum momento que os seus olhos verdes fossem adagas que me terem Longe de mim dizer tal coisa eu mesmo o anti tudo que fere a alma da natureza Essa
força destruidora de luz e lua e poente e estrelas. Eu sei que você me entende por isso eu te peço como sábio um ignorante completo pela luz do amor essa esperança que pode nos Salvar. Se eu estiver olhando a saudade,
Não, não me corrija

Liberdade.

Destino



Eu mesmo sou o destino
Das horas de sombra
Da luz sobre o mar.
Destino de ondas,
De nuvens, perigos.
Eu mesmo só sei imaginar.

De noite no dia frio
Me lanço no bosque
De ilhas sombrio
Mirando o poente

Descontente me novo
Na luz da palmeira
Olhando a beleza
De casas e ilhas.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Deixe



Deixe que o vento
Leve suas palavras
Com ligeira melancolia
E que não sobre nada
Nem mel nem vinho
Nem sol nem alumínio.

O coração enferrujado



- ou carta para a vida -

Por algum tempo eu
Tive um sonho atordoante.
Sonhei com mariposas
Belas, coloridas, imensas,
Flutuantes como a pluma.
Dia-a-dia meu coração
Sofreu uma questão an
Tiga: lesado, eu me
Coloquei a disposição
Das nuvens do espaço.
Na verdade, meditei
Sabendo a resposta.

O céu congelado de estrelas
Se abria igual a um livro.
Segurando a caneta,
Desfrutei a felicidade
E contemplei minha alma
Voando livre, sem barulho.
Percebi que o coração
Estava enferrujado como
A máquina abandonada
No campo. Percebi que os
Homens eram meros trapos.
E odiei a agricultura com ódio.

Se eu soubesse que
Tudo seria assim quem
Sabe não teria me transformado
Eternamente em um cavalo?
Ou saltado pelo mar
Com escamas diversas,
Fugindo de tubarões
E lulas gigantescas?

Perdi o rumo como
Quem perde uma esponja.
E o coração enferrujado
Sentiu a dor de ser martelado.

Balcão de vidro



O balcão de vidro,
essa seiva de outono.
Balcão de vidro,
olhos de gavião,
está aberto a entrada.
Nesse balcão o menino
pequeno vende limão e laranja.
No balcão de vidro
um enferrujado coração
descansa com memórias
tristes.

Há no balcão de vidro
a lembrança de uma peregrinação.
No balcão de vidro
se vê de tudo:
alma, gafanhoto,
amendoim e furacão.

segunda-feira, 10 de junho de 2019

Recado



Vem destino com sua flecha
miserável acertar o ar

desse coração chuvoso.

domingo, 9 de junho de 2019

O que você gostaria de ganhar da vida? crônica



Chegou como sempre, e perguntou:

- O que você gostaria de ganhar da vida?

- Como é?

- Isso mesmo que você ouviu.

- Nossa, que pergunta milindrosa.

- Todos tem uma resposta.

- E qual é a sua?

- Eu fiz a pergunta.

- Eu gostaria de ganhar um encontro com Deus.

- Sério mesmo?

- Na verdade, eu queria viajar para Miami.

- Nessa época do ano em que faz frio por lá?

- Eu queria ganhar um Oscar.

- Você não sofre de medo de multidão?

- Se eu ganhasse na loteria.

- Isso é coisa pra gente superticiosa.

- Se a vida me desse uma mulher como a Gisele Bündchen.

- Não prefere alguém com um nome mais fácil, não?

- Queria não morrer.

- Pensei que você fosse cristão. Então vai ter a vida eterna.

- O que eu gostaria de ganhar da vida na verdade era um sorvete de açaí.

- Ainda bem que você deseja isso. Por acaso acabei de abrir uma sorveteria ali na esquina. Preço do sorvete de açaí, baratinho, baratinho.

Fim.

A dor



Como o galope de cem
Minotauros
Como a fúria de cem
Centauros 
Como o peso de cem
Gigantes
Como a voz de um
Imortal
Como a espada de um
Orc
Como a caudada de um
Dragão de duas-cabecas
Como a martelada de um ferreiro
Espectral.

Caminho



No jardim aberto do poente
Pequeno elfo caminha no sol.
Pés pequenos no girassol. Um
Centauro  medita contente.

Os astros explicam o nada
Desse infinito tão grande, ausente.
Pela estrada o centauro passa,
Seu trote é um galope estridente.

Ambos os astros a iluminar a terra
São lamparinas, amuletos, esferas.
O pequeno elfo canta uma canção.
O centauro medita, na luz sem vazão.

sábado, 8 de junho de 2019

Caminha



Caminha nossos olhos
Dentro do futuro escuro.

Nessas chamas há o rio
O som das nuvens e os pássaros
Sem olhos.

Caminha nossos olhos
Pelas flechas sem vida.

Caminha nossa alma
Cinzenta como a corrente.
Obscura de vida.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

terça-feira, 4 de junho de 2019

A mim



A mim que não vejo nada
Esqueci tudo que fosse
Arcanjo querubim fumaça
Só ficou a música distante.

O sol pousou na minha sorte
E hoje a chuva é a cana.
O açúcar é o cobre e o destino
A mim não pertence unicamente.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Balada romântica



Não me deixe aqui
Tombado nesse chão de pedra.
Não há estrelas que não
Sejam como planetas
Congelados pelo véu do
Tempo nebuloso.
Sinistro são os nossos
Destinos nesse mundo
Inverso sem melodias.
Onde o mar é raso
Como as areias do céu
São profundas para as
Gaivotas sem fôlego.
E quando nossas mãos
Se tocam como fogo
Sabemos que o amor
Pode ressuscitar tudo.

Ritmo universal



 Em silêncio
Todas as coisas
Parecem se mover
Para a destruição
Interna do homem:

O sol em rotação
 A chuva e as covas
A plantação de cana
O oceano se movendo.

Como se os ritmos
Da cidade fossem esses:
Drogas cidades mentiras
Dinheiro. 

Enquanto nós carregamos
Os olhos com tristeza
Todas as coisas se movem
Para dançar o ritmo do

Universo.

Canção



Foram-se as folhas dos meus olhos
Para nunca mais voltar 
Ao bosque onde alegres elfos 
Dançam com as lindas flores.

O destino tingiu meu coração
De goblins, Serpentes-dragão, 
E o fogo das batalhas queimaram
Minhas pequenas mãos.

Vi as estrelas do espaço aberto,
Senti o gosto da água Imortal,
Tomei com as montanhas na
Batalha dos gigantes frios.

E adormeci meus olhos
Na distância de tudo o que
É noturno, vivo, seco, espacial.

sábado, 1 de junho de 2019

Os elfos se vão...



Galopando estão os elfos em belas miragens,
   São águias douradas que levam aos
Bosques as mais belas mensagens.
    Os elfos carregam espadas e flechas,
Seus escudos de bronze são feitos
    Para se defenderem dos gigantes.
 

  Estrelas rubras são suas roupas,
Cintilante branco são seus cabelos.
Os elfos sonham com descanso e sonho,
   Beleza há no bosque, beleza e feio.