segunda-feira, 29 de abril de 2019
Noite no Brasil
-cristais-
O vento é barulhento, o vento,
Essa fonte de espírito, esse
Ser sem nome, meio, fim,
Começo onde nossos olhos
São o pó e o sono, a imaginação
Das coisas, movendo as estrelas,
Esse destino, essas leis estúpidas,
Abominável é e são e serão os
Seres, essa nação onde não sabemos
Ler as coisas e pedimos desculpas
Aos doutores dos fragmentos inúteis.
E para onde vamos com as mochilas,
As mãos, os olhos, tudo nas costas.
Em que direção andamos, pelas
Florestas sem frutos, pelos rios
Onde jazem frases hipócritas que
Dizem: não podeis beber água,
Esse rio já não é sagrado, nem
Místico, nem esperançoso.
Estamos caminhando para
Onde? Em direção da morte, ou
Ao nascimento, ocaso dos sentidos,
Onde os nossos olhos não fluem,
Porque os magos já se foram com
Seus cristais rumo ao distante
Oriente.
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