A ternura explicada
E pela janela vi a vida,
cantei as nuvens e o por do sol
e cada luar estampado, refletindo
o suco de pêssego as mesas
as vozes incompreensíveis
de todo mundo e de ninguém,
porque não entenderam que
no silêncio absoluto,
aquele nobre silêncio do rio,
reside o segredo da paz,
não da paz do dinheiro ou
das gravatas, nem a paz do ódio,
a paz mais cristã que qualquer cristão,
e por isso vi da janela os olhos e as bocas
vi a angústia e os espelhos, o tigre e o rinoceronte, o tédio, a palmeira e os livros.
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