Asas de querubins
pelo portão esverdeado,
olhos de estrelas cegas,
mãos de tijolos queimados.
O muro que nos separa
é uma corrente de ferro
onde repousam
rosas e fantasmas
sem alma.
A porta é um vaso
arremessado do jardim do éden
e as flores que choram
consola a nudez das nuvens.
Carros sem gasolina
suspiram pela pálida
ferrugem,
e um diamante
é um coração abatido,
sem favores.
Enigmas caem do céu
como maná,
pão celeste sem dores,
e a angústia fere o mel das
flores.
Delicadamente a visita
vislumbra o sofá das almas
e conta causos e contos
tristes e engraçados.
Por fim o texto escrito
cicatriza a situação.
E anjos pálidos
sobem do jardim
sem asas com nove mãos.
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