Acordo morto todo dia,
adormecido pelo som lilás
da tua voz de melancia.
Visão de runas
e melancólicas argilas,
remédios vencidos sem
datas, livros tombadas
como guerreiros de Granada.
Vencido e vencedor
unidos pelo mesmo sangue
e derretidos pelo mesmo sol.
Com o cantar gigante
componho poemas com
coisas que me rodeiam
e rimam minha ansia
de escapar da morte:
morte pura
morte sem sorte
morte melancolia.
Acordo e vejo seus lírios.
E de novo adormeço,
com sede,
com fome.
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