sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Solidão no quarto

Solidão no quarto

...metáforas...metáforas...metáforas...

Os livros na cama
gemem mundos estranhos.
Poetas antigos, estranhos
sonhos de outros mundos.

A caneta é azul,
vermelha, não verde.
Uma mariposa risca
o ar, entrando no poema

seco, lento, fixo.
O poeta escreve na
solidão do quarto
suas palavras mornas.

São melancólicos lírios,
são sonhos interrompidos,
são papeis esquecidos
nos olhos, nas bocas.

A figura de uma mulher
nua, estampando sua
xana com as mãos em
fogo e em flecha.

O mel dos livros sagrados,
as histórias, mapas, as geografias,
os misteriosos roteiros,
canções lentas e antigas.

Idiomas. Atravessados.
Talvez seja o mesmo poente.
Ai, solidão, solidão,
o monte está do outro lado.

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