quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Silêncio




para saya

As árvores dos ramos
cantam sua solidão
com o coração partido.
O ar do campo atravessa
o céu azul e os olhos
dos pequenos insetos
que sobem pelos troncos.

Ai, dia, dia,
ai, noite, a noite
o rio corre sem
rumo pelo ar
noturno do
meu coração.

As árvores do campo
solitárias, mortas,
presas pelas raízes,
choram suas folhas
tristes, que cairam
como beijos desperdiçados
para a terra, a lenta e solitária terra,
terra seca e amarga,
terra de flechas e serenos.

E as pedras sentem
a mesma dor de amor
que as árvores,
por isso não cantam,
por isso não aplaudem.

Só o silêncio, foi isso o que restou para a natureza!

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