terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cara de assustado



Enquanto passo pelas ruas
morno de sonhos, me dizem: "como
tens a cara de assustado",
enquanto choro pelos campos
as dores imensas das mariposas
escuto dos insetos, "tens a cara
de assustado",
porque estás assustado? me interroga
o mar em cada onda espumosa de imensidão,
porque andas com a cara de assustado? me perguntam
as tulipas do jardim dos pequenos insetos mortos.
E não posso mudar meu rosto, não posso ser
se não com esse olhar de baleia calma, de marinho terrestre.

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