quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Canção na estrada

Vou pela estrada
e a estrada sabe para onde eu vou.
Sigo por todos os caminhos,
e pela estrada sigo,
pela estrada vou.
Vou pela estrada,
a estrada é o meu coração,
a estrada, a verdadeira estrada,
a estrada real, feita de pedras e poeiras,
a estrada real é aquela que não vejo,
é aquela que sinto,
é aquela que vivo.
Sem saber como 
a estrada me acompanha.
Para onde vou se vou sem saber para onde?
Mais vou.
Eu e a estrada.
Somos um. Somos todos.
EU, a estrada e o bosque.
As coisas nos acompanham
porque estamos sozinhos,
estamos calmos como o vento,
somos eu e a estrada
essa melancolia aguda,
esse amor profundo,
essa chuva que vem
para molhar o campo.
E vou... Vamos. E sigo. E segues.
E ENCONTRO NO CAMINHO
alguém que me diz: para onde segues?
Sigo sem saber para onde sigo.
Mas você virá comigo, é claro.
E seremos um, porque tudo é tempo.
É tempo d celebrar, cantar, é tempo
de chorar, é tempo de gritar, é tempo
de sentir de novo os seus beijos
de carvalho, a sua boca de relva,
o seu seio de folha, suas nadegas de madeira.
Vem, companheira, vem comigo,
por essa estrada tão bonita,
por essa estrada tão feita,
cheia de galhos quebrados, 
folhas queimadas, levadas pelo vento bruto,
vem comigo, vamos, seguiremos por essa estrada
para algum lugar
ou para lugar nenhum.
Mais nós iremos...
Vou pela estrada e pela estrada vou.
Isso é o que me alegria por inteiro!

Nenhum comentário:

Postar um comentário